
Comece por eliminar a ideia de “sujidade” que a simples menção da palavra “cera” lhe causa: a verdade é que a substância produzida pelo ouvido é normal e desejável. Ela protege os ouvidos de insetos; impede a entrada de cabelos, pós e pele morta dentro do ouvido; tem propriedades ácidas que impedem o crescimento de fungos e lubrifica o canal auditivo. Contas feitas, são quatro boas razões para lhe dar o devido valor e ponderar passar a conviver de livre e espontânea vontade com ela!
Contrariamente ao simples ato de lavar os dentes, limpar os ouvidos com cotonetes não é, ou não deveria ser, parte da rotina de higiene. Isto porque em vez de cumprir a função que lhe é usualmente atribuída – a de limpeza – o cotonete empurra a cera para dentro do ouvido, fixando-a, não raras vezes, junto ao tímpano. Resultado? A membrana timpânica pode deixar de vibrar corretamente e provocar perda da capacidade auditiva. Use-os só na área externa do ouvido.
“Quando usamos cotonetes, o que fazemos é empurrar a cera para dentro do ouvido, propiciando a formação de tampões e, em última análise, a criação de irritações ou infeções do canal auditivo. A forma mais correta de limpar os ouvidos é lavá-los com água durante a higiene diária e secá-los, logo a seguir, com uma toalha”, relembra Alexandra Marinho, Audiologista da GAES – Centros Auditivos de Portugal.