Afinal, como vou saber que chegou a hora do parto? Esta é uma das questões que todas as grávidas põem. Clinicamente, o trabalho de parto começa quando se iniciam as contrações uterinas dolorosas, promovendo o apagamento e dilatação do colo uterino, mas na prática há vários sinais que podem indicar que a hora pode estar para breve. No entanto, é importante saber que os sintomas variam de mulher para mulher e até há casos em que não se manifestam. Aqui ficam alguns dos mais comuns.
Contrações uterinas
O principal sintoma e também o mais óbvio. As contrações regulares e dolorosas indicam que a hora chegou. Começam por se manifestar regularmente a cada 20/30 minutos e com uma duração de 30/60 segundos. A este período inicial chama-se fase latente, em que as contrações moderadas dão início ao processo de dilatação. Pode demorar até 8 horas, ou menos para quem já teve filhos. O ideal é caminhar um pouco para aumentar as contrações e passar rapidamente à fase seguinte. E quando é que tem mesmo de ir para o hospital? Quando percebe que as contrações se tornam mais frequentes (de 15 em 15 minutos), longas (cerca de um minuto) e dolorosas, acompanhadas de uma crescente pressão intra-uterina.
Mas atenção, que existem falsas contrações, as chamadas Braxton Hicks, que surgem nas últimas semanas de gravidez, são irregulares e raramente se sentem mais do que duas vezes por hora.
Romperam-se as águas
Quase todas as grávidas já tiveram pesadelos com este momento e imaginaram que ele podia acontecer nos locais mais inconvenientes. Mas a verdade é que na maioria dos casos a grávida entra em trabalho de parto e só depois existe a rotura da bolsa de águas. O contrário também pode acontecer, as águas podem rebentar antes do trabalho de parto começar, o que deve acontecer nas 12 horas seguintes. Caso contrário, o parto terá de ser induzido. A rotura da bolsa de água raramente passa despercebida, a não ser que a perda seja mesmo muito discreta.
Muco fora do normal
Durante a gravidez forma-se um ‘tampão’ de muco no canal cervical, que faz a ligação entre a cavidade uterina e a vagina, chamado rolhão mucoso. Na prática, é uma forma de proteger o bebé de infeções. Assim que o corpo se começa a preparar para o parto, o colo do útero dilata e provoca a perda do rolhão mucoso. Este muco tem um aspeto pegajoso e espesso. Não tem cheiro, é acastanhado ou rosado e pode sair de uma vez só ou aos poucos, juntamente com vestígios de sangue. Perder o rolhão mucoso, por si só, não indica que está em trabalho de parto, mas significa ele está mais próximo.
Alterações no trânsito intestinal
Na primeira fase do trabalho de parto, o corpo começa a libertar prostaglandinas, que vão contribuir para o encurtamento e dilatação do colo do útero. Estas substâncias, que ajudam nesta fase, também estimulam os intestinos, o que pode provocar idas frequentes à casa de banho e até mesmo diarreia. Mas se for o seu único sintoma, não vá a correr para o hospital, pois o trabalho de parto propriamento dito ainda não começou.
O bebé mexe-se menos
Durante a gravidez é importante controlar os movimentos do bebé. São considerados normais os movimentos fetais iguais ou superiores a 10 em 24 horas. Mas quando no final da gestação, à medida que vai tendo menos espaço e quando se coloca na posição cefálica, é natural que mexa menos.
Perda de sangue
A perda de sangue na fase final da gravidez (e em qualquer fase!) constitui um sinal de alarme, pelo que deve sempre consultar o seu médico. Pode indicar que entrou em trabalho de parto, mas pode ter outras causas, como descolamento da placenta. Por outro lado, se a perda de sangue for pequena e estiver associada à saída do rolhão mucoso, não há motivo para alarme.
Desconforto pélvico
A sensação ou desconforto pélvico quando anda poderá ser indicativo de que o parto está para breve. Isto acontece porque o bebé começa a descer e a cabeça exerce pressão sobre o colo uterino, provocando a sua dilatação progressiva. No entanto, há grávidas que dizem sentir este desconforto não apenas na fase final da gravidez, o que pode estar associado com o crescimento do útero.
Fontes: Joana Amaral e Carla Nunes (obstetras)