Recentemente, o método de recuperação do coronavírus, da autoria do Dr. Sarfaraz Munshi, tornou-se vrial, sobretudo graças à partilha deste pela famosa autora J.K. Rowling – que disse estar livre de sintomas -, bem como pelo jornalista da CNN, Chris Cuomo. Para surpresa do público, a solução apresentada consiste no uso de uma técnica de respiração específica que promete combater a infeção.
De acordo com Munshi, a técnica pode ser útil para todos aqueles que se encontrem isolados e apresentem sintimas de coronavírus, bem como aqueles que não apresentem sintomas ainda. Num vídeo, o médico afirma “Quando se tem uma infeção ativa, temos de receber uma boa quantidade de ar nas bases dos pulmões. A única forma de o conseguir é tendo uma técnica“.
Ei-la:
1 – cinco respirações profundas
2 – “segurar” cada inspiração por cinco segundos
3 – por fim, respirar profundamente uma sexta vez e tossir com força, enquanto se cobre a boca
O médico aconselha a que este método seja realizado duas vezes e que, em seguida, se deite de barriga para baixo, com o suporte de uma almofada e, durante 10 minutos, respire mais profundamente que o normal. É importante que não se deite de costas, já que, como explica, a maioria dos pulmões está nas costas, pelo que assim bloquearia mais as pequenas vias respiratórias, o que não é aconselhado em alturas de infeção.
Em conversa com a Health, o pneumologista Ray Casciari afirma que este métoddo “beneficia a ventilação e a remoção de secreções“. Ainda assim, nem todos os médicos concordam que esta técnica deva ser utilizada por pessoas com ou sem sintomas da doença.
“Técnicas respiratórias não mudam o percurso da doença. É difícil determinar se os sintomas melhoram, já que a respiração é inconsciente, portanto cada vez que se respira de certa forma, propositadamente ou a seguir um padrão, sentir-nos-emos diferentes“, afirma Jorge Mercado, chefe associado da secção de pneumologia do NYU Langone Hospital–Brooklyn.
Na opinião deste último especialista, a tosse forçada pode ser perigosa. “Vem-me à memória os esforços, na Era vitoriana, que as mulheres da alta sociedade faziam, ao suster a respiração e tossir, que agora sabemos que piorava a tuberculose. Não recomendaria esta técnica, já que pode ser perigosa e fazer-nos tossir forçosamente”.
Mercado acrescentou ainda: “Preocupa-me que as pessoas acreditem que esta é a cura para a covid-19, porque podem não usar depois terapias bem documentadas que fiquem disponíveis. Também pode levar a que evitem procurar ajuda médica quando necessário“.
Por fim, o maior perigo: ao tossir desta forma, poderá espalhar o vírus para alguém próximo, ou mesmo para superfícies. “Temos de ser muito cuidadosos para proteger o rosto ao tossir, para não espalhar gotícolas na sala“, remata Casciari.