O carcinoma da tiroide apresenta uma taxa de incidência crescente e rápida em todo o mundo tendo duplicado nas últimas duas décadas. Este aumento tem sido atingido, essencialmente, à custa do carcinoma papilar que representa cerca de 80% de todos os carcinomas da glândula tiroide.
A probabilidade de ter um tumor maligno da tiroide é de cerca de 1% para a população em geral.
Estima-se que nos últimos 10 anos a taxa de incidência tenha aumentado cerca de 5.5% anualmente, com um número associado de mortes rondando 0.8%.
Este aumento do número de casos tem sido justificado pelo uso mais frequente dos exames de imagem, sobretudo, da ecografia do pescoço e, consequentemente, da crescente capacidade diagnóstica adquirida.
Acresce que a utilização noutras doenças de exames de imagem como, Tomografia Computorizada (TAC), Ressonância Magnética (RMN) e PET, tem contribuído para o diagnóstico incidental de nódulos tiroideus.
O prognóstico e o tratamento do cancro da tiroide dependem do tipo e do estadio (inicial ou avançado) no momento do diagnóstico.
Cerca de 70% dos casos são diagnosticados precocemente, ou seja, quando o tumor está localizado na glândula tiroide o que permite obter elevadas taxas de recuperação/cura da doença (98%).
Independentemente das restrições da mobilidade devidas à pandemia por COVID-19 ou do receio de contágio, confie nas unidades de saúde. Todas as instituições cumprem as normas de segurança em vigor, pelo que não deixe de procurar ajuda e um parecer médico.
Muito embora o cancro da tiroide tenha um comportamento indolente com crescimento lento, uma baixa agressividade e passando habitualmente despercebido, também pode ter um comportamento mais agressivo, em alguns casos.
Quando devo recorrer a um especialista em tumores da tiroide?
- Quando existe um risco acrescido para os tumores da tiroide: sexo feminino (é menos frequente no homem, mas pode ser mais agressivo); idade superior a 45 anos; história de tratamento com radiação no pescoço ou regiões vizinhas (por exemplo: tratamento do cancro da mama, linfomas do pescoço ou do torax); história familiar de doença nodular ou cancro da tiroide;
- Aparecimento de nódulos/massas na tiroide ou no pescoço (geralmente indolores);
- Dificuldade em engolir;
- Alterações da voz (rouquidão, cansaço vocal);
- Dificuldade em respirar;
- Diagnóstico ecográfico de nódulos de novo na tiroide.
Dicas Importantes
- Peça cópias de todos os relatórios.
- Junte-se a um grupo de apoio a doentes.
- Interrogue o seu médico sobre todos os passos a seguir durante o estudo e tratamento da doença:
- Que tipo de tumor tenho? Como vai ser tratado?
- O que devo esperar da cirurgia?
- Como me devo preparar para o internamento/cirurgia?
- Qual é a probabilidade de o tumor reaparecer?
- Após a cirurgia, que exames de diagnóstico terei de fazer e qual a sua frequência?
- Qual é a dose de hormona da tiroide e como a irei tomar? Tem efeitos secundários?
- Haverá necessidade de outros tratamentos?
- Quando voltarei à minha vida diária normal?
Quais as opções terapêuticas mais comuns?
A cirurgia é o tratamento de primeira linha do cancro da tiroide. Deve ser executada por cirurgiões de reconhecida experiência. Está demonstrado que esta condição aumenta a taxa de sobrevida e diminui os casos de reaparecimento da doença.
Os tumores com dimensões inferiores a 1 cm, sem fatores de risco, podem ser seguidos ou ser submetidos a cirurgias menos extensas.
Pode haver necessidade de outros tratamentos como: Iodo radioactivo, inibidores da tyrosina kinase, radiação externa, terapêuticas moleculares.
Todas estas opções terapêuticas, quando associadas ao diagnóstico precoce, mantêm a taxa de mortalidade em níveis baixos.
Não esquecer:
A incidência do cancro da tiroide está a aumentar. É o tumor maligno endocrinológico mais frequente, sendo o carcinoma papilar o menos agressivo.
A taxa de sobrevida aos 5 anos é elevada graças ao diagnóstico e tratamento precoces. Deve estar atento aos sinais de alerta e, na dúvida, não hesite em esclarecer a sua situação/diagnóstico com um especialista em tumores da tiroide.