A obesidade é um fator de risco para diversas doenças, como cancro e problemas cardiovasculares, que se tem mostrado um acelerador da menarca (primeira menstruação) e alterações hormonais mais precoces em adolescentes. Por outro lado, o desenvolvimento completo das mamas costuma ser mais tardio.
Um estudo publicado na revista científic “Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism” acompanhou, durante quatro anos, 90 meninas com idades entre os 8 e os 15 anos. Elas foram divididas em dois grupos: 36 delas com excesso de peso ou obesidade e 54 com peso normal. De acordo com Madison T. Ortega, uma das autoras, os resultados sugerem que “as meninas com maior adiposidade na infância apresentam telarca (desenvolvimento das mamas) precoce e progridem ao longo da puberdade mais rápido do que meninas com peso normal”.
No geral, as meninas com excesso de peso ou obesidade tiveram um desenvolvimento mamário significativamente mais avançado no início do estudo do que aquelas com peso normal, mas progrediram para a projeção da aréola mais tardiamente. Segundo a pesquisa, o desenvolvimento da mama numa fase inicial não foi afetado pela gordura corporal total.
Já os níveis hormonais foram semelhantes no início do estudo, independentemente do peso, para a hormona folículo-estimulante, inibina B, estrona, testosterona total e livre, e androstenediona. No caso das meninas com excesso de peso ou obesidade, as taxas aumentaram a uma velocidade maior depois de um ano, enquanto se estabilizaram nas que apresentavam peso corporal normal e caíram entre as adolescentes com menor gordura corporal. As hormonas reprodutivas, incluindo a luteinizante, índice de maturação vaginal modificado e estradiol 2 não foram afetados pela adiposidade.
A idade média da primeira menstruação das participantes situa-se por volta dos 12,4 anos. Porém, as meninas com maior gordura corporal apresentavam maior probabilidade de a menarca ocorrer mais cedo. Os investigadores sublinharam que a possibilidade de ter o primeiro ciclo menstrual precocemente era 3% maior por cada 1 kg excedente de gordura corporal.