A variante Omicron, apesar de muito facilmente transmissível, não parece provocar, na maioria dos casos, sintomas graves de Covid-19. Por isso mesmo, muitas pessoas se têm questionado se não valerá a pena simplesmente “deixarem-se” infetar pelo vírus, de modo a melhorar a imunidade.
Ora, as opiniões dos especialistas dividem-se mas, em conversa com a Health, o médico especialista em doenças infecciosas Thomas Russo, defendeu que não devemos ser infetados de forma propositada. E deixou cinco principais motivos pelos quais devemos manter as medidas de segurança contra o vírus:
- Nunca sabemos como nos vai afetar a nós – não se sabe ainda se a Omicron em si provoca sintomas mais leves ou se estes são assim pelo facto de já termos desenvolvido maior imunidade. Russo destaca ainda que devemos ter especial cuidado com os idosos e também com os não vacinados, além de que considera este um vírus imprevisível.
- “Leve” é um termo relativo – isto porque esta variante provoca sintomas como febre, tosse, dificuldades respiratórias, fadiga, dores de corpo, dores de cabeça, perda de olfato e paladar, garganta irritada, congestão nasal, náusea ou vómitos, diarreia.
- Vamos ter a nossa vida “interrompida” por, pelo menos, uma semana – com tudo o que isso implica – trabalho, vida social, família, entre outros inconvenientes.
- Temos de considerar os sintomas a longo prazo – sendo a Omicron uma nova variante, não se pode colocar de lado a hipótese de deixar sintomas a longo prazo, como outras variantes deixaram. Entre eles destacam-se a dificuldade respiratória, fadiga, menor resistência física, dificuldades de concentração, tosse, dores musculares, diarreia, problemas para dormir, tonturas, mudanças no olfato, paladar e também ciclo menstrual. Um novo estudo revelou também que os casos de diabetes aumentaram muito em pessoas jovens após serem infetadas com covid-19.
- Podemos infetar outros – este é um dos principais motivos, já que podemos não nos “importar” de nos deixarmos infetar pelo vírus, mas ao fazê-lo podemos estar a colocar em risco pessoas que podem não ter sintomas tão leves ou sofrer um impacto mais negativo da infeção.