
Em conversa com a Elite Daily, a especialista em sexo e relações Logan Levkoff explicou, de forma sucinta, o modo como o stress pode afetar de forma negativa a nossa vida sexual. “O desejo sofre bastante com os estados emocionais e mentais“, começou por referir.
Ora, de acordo com Levkoff, um dos grandes problemas do stress constante é que conduza a um ciclo vicioso: “Sexo pouco satisfatório pode causar stress e o stress pode causar sexo pouco satisfatório ou desejo reduzido“. Mas há que perceber melhor como funciona esta relação.
Os dois “S”
O aumento dos níveis de stress leva, consequentemente, ao aumento das necessidades emocionais. Em simultâneo, regista-se uma diminuição das necessidades sexuais, já que sentirmo-nos seguros e compreendidos torna-se prioritário em momentos de tensão. O problema é que, muitas vezes, guardamos tais necessidades para nós.
“Eis o paradoxo: o stress faz-nos guardar tudo e não deixar o nosso parceiro perceber o quão stressados ou assustados estamos. O stress faz-nos partilhar menos as nossas necessidades e, como tal, estas não são satisfeitas. Isto cria uma parede que o casal não consegue penetrar emocional ou sexualmente“, refere a coach sexual Irene Fehr.
Já Levkoff acrescenta que o fator biológico também é importante: “O stress pode reduzir o desejo, mas também aumenta a produção de cortisol. E esta hormona, em quantidades excessivas, diminui a produção de hormonas sexuais“.
A longo prazo, o stress afeta todo o nosso organismo, prejudicando bastante os nossos níveis de energia física e mental, resultando na falta de desejo ou capacidade para realizar mais tarefas do que as “necessárias”. E, nestes casos, o sexo deixa de ser uma delas.
Como mudar?
É claro que o ideal, pelo seu bem e da sua relação, seria eliminar ao máximo o stress do dia-a-dia. Contudo, sendo essa uma tarefa complicada, que exige bastante dedicação e tempo – confira estas apps de meditação para dar um primeiro passo -, há algo que pode começar já a fazer.
De acordo com Fehr, é essencial abordar o lado emocional: “Ver as necessidades satisfeitas é a chave para querer realmente estar com o outro. Pode ser algo tão simples como pedir-lhe que lhe dê total atenção quando conversam ou que a abrace mais, se precisar de se sentir mais segura. As necessidades são individuais e só nós próprios sabemos do que realmente precisamos no momento“.
A especialista diz ainda que “admitir as nossas necessidades requer vulnerabilidade e risco emocional, e é esta vulnerabilidade que irá realmente satisfazer as necessidades de intimidade que precisamos durante momentos de stress para nos aproximar de volta ao desejo em relação ao nosso parceiro e ao sexo“.