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O primeiro bebé gestado por duas mulheres
É o segundo caso no mundo e aconteceu em Espanha. Trata-se de um êxito que abre novas portas aos casais de mulheres que, como as mães deste pequeno maiorquino, Azahara, 27, e Estefanía, 30, querem participar ativamente no processo de gestação dos seus filhos.
Há alguns meses, o casal de espanholas dirigiu-se a uma clínica de fertilidade com o intuito de se submeterem ao método ROPA e, em vez disso, foi-lhes oferecida uma técnica pioneira, a INVOcell, que foi a que operou o milagre científico.
A INVOcell é a técnica que permite a conceção de um bebé por ambas as mães. Esta técnica consiste numa incubadora artificial na qual são inseridos um ou dois óvulos, fertilizados em laboratório, ou óvulos incubados diretamente com os espermatozóides no dispositivo, permitindo que a fertilização ocorra espontaneamente. A novidade do INVOcell é que, em vez de tudo acontecer num laboratório, o dispositivo é depois inserido na vagina de uma das pacientes.
A mulher irá usar o dispositivo durante cinco dias de desenvolvimento do embrião, desde o momento em que os óvulos são fertilizados até à fase de blastocisto. Em seguida, o dispositivo é retirado e o laboratório verifica se houve fecundação. Em caso afirmativo, verifica-se quantos embriões resultaram do processo. Se houver um ou mais embriões no dispositivo, dependendo do número de óvulos que foram utilizados, são retirados e inseridos no útero da paciente. Neste caso, no útero da outra mulher do casal.
Os bebés nascidos com este método não carregam necessariamente a herança genética das duas mães. Pelo menos, não em todos os casos. Depende da forma como é efetuado o resto do processo de reprodução assistida. Ou seja, a técnica INVOcell é um sistema de cultura de embriões, pelo que o resto do processo será uma FIV (Fertilização In Vitro) normal.
O bebé só terá a carga genética das duas mães se tiverem utilizado o método ROPA: em que uma forneceu o óvulo e a outra o útero. A herança genética seria aqui transmitida no óvulo, por um lado, e por outro atuaria a epigenética da mãe grávida, que regula a herança genética do embrião à medida que este se desenvolve dentro do útero. Caso contrário, apenas transportaria o património genético de uma delas (aquela de quem é extraído o óvulo, que seria também a mãe gestacional se o método ROPA não fosse utilizado).
A grande vantagem do INVOcell é que, por si só, é algo de novo para o casal participar na gestação do embrião desde o primeiro momento. No entanto, é preciso ter em conta que outros fatores podem dificultar um bom diagnóstico de infertilidade e atrasar o desejo do casal na maternidade.
–O embrião não ser monitorizado nos primeiros cinco dias.
Os cinco dias em que os embriões permanecem dentro do dispositivo são um tempo precioso, em que não há controlo sobre esse material reprodutivo. Se nas incubadoras de um laboratório físico se permite fazer o acompanhamento do óvulo durante a fecundação e o posterior desenvolvimento do embrião segundo a segundo através do método time-lapse. Com o INVOcell isso não é possível. Como a incubadora é introduzida na vagina da mulher, o processo é efectuado às cegas para os profissionais. Passados cinco dias, podemos encontrar diferentes situações:
– Os óvulos não foram fecundados;
– Vários óvulos fecundados, mas os embriões não sobreviveram;
– Os embriões apresentam alguma anomalia que não se consegue detetar. A divisão celular pode ter sido errónea em algum momento, mas como está dentro do aparelho se consegue ter acesso à evolução do embrião, que é fundamental.
O primeiro bebé gestado por duas mulhere
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