Estivemos em direto na apresentação da novíssima coleção C&A, em Antuérpia, e uma coisa vos dizemos: vai mesmo ser fácil andar bem vestida no inverno. E se já estão a dizer ‘oh por amor de Deus, ainda mal chegámos ao verão’, também vos dizemos que depois do Covid isso de moda só para o verão ou só para o inverno foi chão que deu uvas. No pós-pandemia, as coleções são pensadas para uma versatilidade que dantes não existia, ou seja, percebemos como é possível combinar peças de várias coleções e combiná-las conforme as estações.

A coleção coleção outono/inverno 2023 da C&A foi apresentada no histórico “Handelsbeurs”, um edifício monumental e majestoso, originalmente a bolsa de Antuérpia, que foi a primeira bolsa de mercadorias do mundo construída especificamente para esse efeito.

Uma coisa salta à vista: a coleção foi pensada para ser realmente usada, não para apenas parecer linda numa passerelle, e a sustentabilidade e durabilidade continuam uma preocupação através da utilização de tecidos-chave como a lã, caxemira, pele, renda e veludo. A ideia continua a ser propor ao consumidor peças que sejam ao mesmo tempo acessíveis e elegantes.

A coleção também é uma homenagem aos 182 anos da marca, recuperando peças mais retro que são refeitas ao gosto moderno sem perder o lado chique e formal e integrando o logograma “&” (que se encontra no nome e no ADN da marca) na coleção Logomania.

(Já agora, para quem tem curiosidade, o nome C&A vem dos seus criadores, em 1841, os irmãos holandeses Clemens e August Brenninkmeijer, agricultores que resolveram tentar a vida como comerciantes. A marca tornou-se uma das primeiras a fabricar pronto a vestir).

Esta elegância ‘roubada’ ao passado era uma tendência muito procurada pelas compradoras. Quem é que nunca olhou para fotografias da mãe ou da avó e pensou ‘vestia-se coisas tão giras dantes’. Como em moda nunca nada é feito exatamente da mesma maneira, a C&A foi buscar o sonho mas recriou-o com tecidos, cortes e conforto atuais. Resyultado: o melhor de dois mundos.

À disposição dos compradores no próximo outono vão estar uma variedade de estilos que reinventam peças clássicas e cortes intemporais como os blazers (desta vez em cores como laranja ou rosa), tailleurs, blusas de laço, vestidos com aplicações de renda ou lantejoulas, casacos compridos em lã italiana, ‘aproveitamentos’ da moda masculina como coletes recriados como corpetes.

“Toda a coleção é muito clássica”, explica Patrícia Conde, Design Manager da C&A, que conversou connosco depois do desfile. “Quando começámos a pensar nela, fomos às origens da marca e começámos a imaginar como poderíamos recriá-las hoje em dia, com um look moderno. Foi um desafio muito interessante e muito criativo, e acho que resultou em peças que todas as pessoas vão querer usar, independentemente da idade ou da ocasião, porque que são muito versáteis.”

Não foi fácil para a indústria da moda resistir aos tempos da pandemia em que toda a gente ficou em casa a vestir as mesmas calças velhas durante meses, mas Patrícia afirma que esse período foi uma grande lição também para as marcas. “A pandemia deu-nos resistência, e acima de tudo, ensinou-nos a adaptar a nossa forma de vestir. Há sacrifícios que deixámos de fazer. Tudo tem de ser mais confortável e mais versátil.”

As pessoas mudaram muito a forma de vestir? “Radicalmente. Por um lado, queremos roupa que seja fácil de vestir. Já ninguém quer perder muito tempo a pensar em roupa. Por outro, interessa-nos peças que possam funcionar umas com as outras: uma saia que eu possa vestir com uma camisola ou um casaco, umas calças que possa usar para trabalhar ou para uma saída.”

A sustentabilidade continua a ser uma preocupação. “Os casacos compridos têm lãs 100% italianas e a preços muito competitivos. Continuamos com algodão biológico, que sempre tivemos, e como produzimos muito poliester reciclado, há que usá-lo e não desperdiçá-lo. Mais do que tudo, é cada vez mais importante a circularidade, a reutilização de materiais.”

Se pudesse escolher 3 peças da sua coleção, o que escolheria? “Adoro a nossa coleção de ganga, que tem peças para toda a gente, adoro as malhas, e gosto muito de um vestido verde com aplicações de renda e de um com lantejoulas que é perfeito para o natal. Sei que ainda estamos longe do natal, mas nunca é tarde para começar a sonhar.”

Tecnicamente, esta é uma coleção de inverno, mas cada vez mais as peças são criadas para poderem ser usadas numa ou noutra estação. Como começámos por vos dizer, chamamos às coleções outono/inverno por hábito e convenção, porque na verdade, cada vez mais usamos tudo de todas as maneiras, haja versatilidade e imaginação. E isso são duas coisas que não faltam aqui. Teoricamente pensada para o tempo mais frio, há peças que adoraríamos usar já. “Além da preocupação com a sustentabilidade, quanto espaço temos para andar a mudar a roupa de verão para a roupa de inverno? Cada vez menos”, nota Patrícia Conde. “Por isso, se tivermos um vestido bonito podemos usá-lo com botas e um casaco no inverno, ou com sandálias no verão. Essa é a razão por que nos preocupamos tanto com a versatilidade. Há uma regra de que gosto muito: se comprar uma peça, devo ser capaz de construir à volta de 7 looks com ela.”

Ok, e como posso pedir conselho a uma profissional, uma situação recorrente: imagine que acordo de manhã e me sinto mesmo em baixo. O que é que me aconselha? “Quando nos sentimos em baixo, aconselho a que se vista um look colorido. Por exemplo, a nossa coleção de blazers. É um look tradicionalmente formal mas a cor dá-lhe um toque divertido e enérgico para aguentar o dia.”

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