O microbioma é um conjunto de microrganismos que habitam no intestino (mas existem também noutros locais também, como a boca, vagina…) que vivem normalmente em equilíbrio com o nosso corpo. Estes microrganismos influenciam o nosso organismo pela produção de metabolitos – substâncias que vão influenciar negativa ou positivamente o funcionamento do nosso organismo, quer o intestino, quer depois outros órgãos, como o cérebro, por exemplo.
Microrganismos do intestino
O que os microrganismos “comem” também diz muito da saúde do intestino. No geral, eles podem consumir a:
- fibra dos alimentos: quanto mais diversificado for o consumo de fibra, melhor para o intestino
- proteína, que chega sempre um pouco ao intestino grosso, mas em excesso vai fazer com que os microrganismos negativos para a saúde cresçam mais;
- e mucina, presente no muco que protege o intestino. Se este consumo for muito elevado, vai promover o aumento da inflamação e da permeabilidade do intestino.
O nosso intestino é, desde que nascemos, um sinal de saúde: se um bebé tem cólicas ou não pode ter uma relação com o microbioma, condicionado pelo tipo de parto (vaginal ou cesariana) que influencia o microbioma do bebé, bem como o tipo de alimentação (amamentação ou fórmula) que cada bebé tem.
Por volta dos dois anos, aquando da diversificação alimentar terminada, o microbioma da criança pode assemelhar-se a um adulto, embora só por volta dos 12 anos se possa considerar próximo a um adulto.
Que fatores influenciam o microbioma?
Para além do tipo de parto e da alimentação do bebé, que continuam a condicionar na vida adulta o microbioma, com o tempo, também a hidratação, o exercício físico e a alimentação equilibrada (sobretudo teor de proteína, legumes e frutas, no que toca ao tipo de fibra) vão condicionar o microbioma.
Outros fatores, como medicação que se possa fazer, sobretudo a toma de antibióticos, também vão influenciar o microbioma de cada pessoa.
Estudos mais recentes mostram a influência do microbioma na nossa saúde – um microbioma saudável vai influenciar a saúde em geral, e o contrário também acontece: se tivermos um microbioma mais pobre, com microrganismos que influenciam negativamente a saúde, em consequência, têm metabolitos que vão condicionar mais a saúde.
Vamos a um exemplo?
Um microbioma que produza metabolitos como a trimetilamina e o LPS vai aumentar a inflamação e o risco metabólico, como as doenças cardiovasculares. Por outro lado, um microbioma com uma produção de ácidos gordos de cadeia curta, vai proteger mais a sua saúde.
Que doenças se relacionam com este conjunto de microrganismos?
Como dizia Hipócrates, “todas as doenças começam no intestino”. Os estudos mais recentes mostram que doenças com Parkinson e Alzheimer têm uma grande relação com o intestino. A permeabilidade intestinal aumenta muitos anos antes da doença se manifestar. As doenças autoimunes e inflamatórias também parecem ser muito influenciadas pelo intestino, sobretudo face á produção do metabolito butirato, que ajuda como fonte de energia para as células do intestino.
As doenças inflamatórias intestinais também parecem ser influenciadas pelo microbioma. Já estão estudadas bactérias que estão relacionadas com estas doenças, e o controlo deste desequilíbrio pode ajudar no controlo da patologia.
Na oncologia, os estudos também começam a mostrar a importância do microbioma no tratamento e no controlo dos efeitos secundários.
Como podemos melhorar o nosso microbioma?
A alimentação tem um papel muito importante no microbioma. A ingestão de água vai ajudar no movimento do intestino, e prevenir a obstipação.
Alimentos ricos em fibras prébioticas (que os microrganismos benéficos vão consumir) são fundamentais para manter a saúde intestinal. Alguns exemplos de alimentos são:
- espargos;
- alho francês;
- beterraba;
- leguminosas, como ervilhas ou cenouras;
- frutos secos como os cajus;
- fruta como os mirtilos, as bananas, as maçãs ou os morangos;
- cereais integrais (de milho, centeio, trigo…).
Os alimentos fermentados são também muito interessantes para o intestino, pois têm espécies de bactérias vivas que vão ajudar a aumentar a diversidade de microrganismos benéficos no intestino. Estes alimentos podem ser introduzidos na sua alimentação e melhorar a saúde gastrointestinal.
Alguns exemplos:
- kefir (“iogurte”);
- kombucha (bebida);
- chucrute (feito a partir de couve, que fermenta com as bactérias naturalmente presentes nas folhas), que pode ser consumido como acompanhamento no prato principal, ou em saladas;
- soja fermentada (na sopa de miso ou no tempeh).
O teste myBIOME
Avaliar o microbioma permite otimizar a saúde intestinal e prevenir a saúde como um todo. O myBIOME faz uma leitura completa do microbioma, com 99,99% de leitura das espécies presentes na amostra, permitindo aos profissionais de saúde modelar o microbioma com precisão.
Este teste, considerado o “teste de microbioma intestinal mais avançado no mercado”, permite uma visão detalhada e abrangente do microbioma intestinal e a forma como ele interage com a nossa saúde, fornecendo informações sobre a relação do nosso microbioma com:
- doenças cardiovasculares
- saúde digestiva
- doenças metabólicas
- desintoxicação
- doenças neurodegenerativas
- influência da dieta no microbioma
- inflamação
Outras fontes: Cho CE, & Caudill MA. (2017). Trimethylamine-N-Oxide: Friend, foe, or simply caught in the cross-fire? Trends in Endocrinolology & Metabolism: 28(2): 121-130; Png CW, Lindén SK, Gilshenan KS, et al. (2010). Mucolytic bacteria with increased prevalence in IBD mucosa augment in vitro utilization of mucin by other bacteria. Am J Gastroenterol.105(11):2420-8. Thomas, AM et al. Gut OncoMicrobiome Signatures (GOMS) as next-generation biomarkers for cancer immunotherapy. Nat Rev Clin Oncol. 2023 Sep;20(9):583-603. doi: 10.1038/s41571-023-00785.
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