São normalmente as mulheres com mais de 40 anos as mais atingidas pelos miomas. Estas massas anormais sólidas e arredondadas, também chamadas de fibromas e fibromiomas, que se alojam no útero podem oscilar em tamanho: desde os muito pequenos aos que atingem um grande volume, dando quase o aspecto de uma gravidez de seis meses. Na maior parte dos casos há mais do que um mioma no útero e raramente dão sintomas. Regra geral, não precisam de tratamento, mas quando a terapêutica é necessária o médico equaciona a quantidade e tamanho dos tumores, a idade e o tipo de sintomas da doente.
Os casos de infertilidade causados por fibromiomas têm uma expressão muito pequena, atingindo apenas 2% a 3% das mulheres. No entanto, são um dos grandes responsáveis pelos abortos de repetição.
DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO
Na grande maioria dos casos, os miomas são benignos, ou seja, não cancerosos. As estatísticas revelam que apenas cerca de uma em cada 10 mil mulheres com fibromas poderá apresentar um tumor maligno, cujo crescimento é rápido, e acontece sobretudo em mulheres na pós-menopausa.
Na maior parte das vezes, os miomas são diagnosticados com um simples exame no consultório do ginecologista. No entanto, quando não é possível chegar-se a uma conclusão, recorre-se a outros meios de diagnóstico destas lesões, como é o caso das ecografias pélvicas o método mais fiável nestas situações, a tomografia axial computorizada (TAC) ou a ressonância magnética.
Se o mioma é pequeno e sem sintomas, poderá apenas ser necessário fazer exames periódicos de acompanhamento para controlar o seu crescimento. No caso de tumores grandes, há que fazer um tratamento adequado ou recorrer à cirurgia.
EMBOLIZAÇÃO UMA NOVA ALTERNATIVA
Já existe uma técnica minimamente invasiva, a embolização uterina, introduzida no nosso país pelo médico radiologista Martins Pisco, e que já foi usada em algumas cirurgias. O novo método situa-se entre o tratamento médico e a cirurgia. Em que consiste? Literalmente, em ‘matar os tumores à fome’, porque é provocado um entupimento das artérias uterinas que irrigam os fibromas, conduzindo-os à morte. A descoberta da aplicação desta técnica aos tumores uterinos foi feita pelo ginecologista francês Jacques Ravina, com a intenção de diminuir a hemorragia que resultava do pós-operatório.
Sinais de perigo
Volume: A massa uterina aumentada é um dos sinais que pode ser avaliado numa vulgar consulta de ginecologia. As consultas de rotina são importantes porque muitos fibromas não revelam sintomas. Cerca de um terço das doentes com diagnóstico positivo apresentam alguns sinais anormais.
Hemorragia: Em mais de 30% dos casos está associada à presença de um mioma, quer pelo aumento da duração do período menstrual quer pela sua abundância.
Dor: Mais relacionada com o ciclo menstrual, a chamada dismenorreia acontece também em cerca de 30% dos casos, mas os sintomas também podem dar uma sensação de pressão ou dor pélvica ou no baixo ventre.
Incontinência: Dependendo da quantidade e do volume dos miomas, um dos sinais pode ser alguma dificuldade em reter a urina ou um aumento da frequência das micções pela pressão que o tumor exerce sobre a bexiga.