Não damos por isso, mas o cheiro é uma das componentes principais da atração física. As mulheres escolhem os homens – enfim, se é que se pode dizer que escolhem… – pelo sentido de humor, em primeiro lugar, e pelo cheiro, em segundo.
O nosso cheiro individual vem do nosso sistema imunitário (e não apenas da aula de combat). Ele indica-nos que temos capacidade para nos defendermos desta e daquela doença. Para criar filhos com um sistema imunitário forte, a tendência é escolhermos alguém com um cheiro diferente do nosso, para alargar o leque de proteção dos futuros filhos.
O investigador Claus Wedekind, da Universidad de Berna, pediu a várias mulheres que escolhessem t-shirts sem ver o dono. A escolha confirmou a teoria da imunidade: as mulheres tenderam a escolher t-shirts com cheiros muito diferentes do seu.
Problema: as mulheres que tomavam a pílula não o faziam, e escolhiam precisamente t-shirts com cheiros muito famíliares, como o do pai ou do irmão.
Explicação? A pílula ‘engana’ a mulher, fazendo com que o seu organismo se comporte como se estivesse grávida. Num estado vulnerável, a mulher não vai escolher um cheiro diferente do seu, mas vai escolher o cheiro da sua ‘tribo’, daqules que ela já sabe que a protegerão.
O investigador sugere que a enorme quantidade de mulheres que tomam a pílula pode ajudar a explicar o crescente número de divórcios, e tem uma sugestão: se ainda está a namorar, deixe de tomar a pílula uns tempos antes de casar, e opte por outro tipo de contracepção. Quanto aos homens, não ponham tanto after-shave, para não baralhar as meninas (enfim, será conveniente, apesar de tudo, que continuem a tomar banho).
De qualquer maneira, o melhor é não ficar completamente desprotegida: uma gravidez indesejada é que não será nada bom para a relação, seja qual for o cheiro do homem…