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REUTERS

Estará o médico mais confiável da América a fazer mais mal do que bem às pessoas?, perguntava-se num artigo recente na revista norte-americana ‘New Yorker’. Referiam-se, claro está, a Mehmet Oz, um cirurgião cardíaco que apresenta o seu próprio programa de televisão, ‘The Oz Show’, há mais de quatro anos, com uma média de 4 milhões de espetadores por dia e dois prémios Emmy no currículo. A revista ‘Esquire’ deu-lhe o título de ‘médico mais célebre de sempre’, já foi capa da ‘Time’ e há vários anos que integra a lista dos mais influentes da ‘Forbes’. O sucesso atesta bem o talento mediático, mas o Dr. Oz está tão à vontade frente às câmaras como na sala de operações. Continua a operar todas as quintas-feiras no Columbia University Presbyterian Hospital, em Nova Iorque. Especializou-se em transplantes coronários e tem dezenas de artigos científicos publicados, além de duas patentes registadas: de uma solução para preservação de órgãos transplantados e de uma válvula aórtica que pode ser implantada sem ser preciso fazer uma cirurgia de peito aberto. Aos 53 anos, o norte-americano de ascendência turca Mehmet Oz chegou ao topo da carreira médica e é um fenómeno de popularidade. O seu nome é uma marca que vende livros, alimenta um site, um programa de rádio e outro de televisão. Um potencial descoberto pela apresentadora Oprah Winfrey, a mulher que encabeça a lista dos mais influentes da revista ‘Forbes’ (Oz está em sétimo). Foi ela que, em 2004, o convidou para participar no seu talk show, um convite que se repetiria muitas vezes, até em 2009 apadrinhar o lançamento do ‘médico da América’ num programa próprio. 

Ciência e entretenimento
O segredo do Dr. Oz é um talento inato para descodificar matérias científicas complexas de forma simples e até divertida. Ele está a par dos últimos estudos sobre praticamente tudo o que se relacione com saúde e interessa-se genuinamente pelos assuntos. Tem uma equipa de produção digna de um filme de Hollywood e é capaz de tornar o assunto mais sonífero num acontecimento. Dificilmente se encontraria um apresentador tão motivado para falar aprofundadamente sobre, por exemplo, a forma e consistência ideal das fezes que, segundo Oz, e citando a revista ‘New Yorker’, “devem ser castanhas com um toque de dourado, sair num formato em S e cair na água como um mergulhador olímpico”. Também já mostrou corações humanos, exibiu frascos com gordura corporal num programa sobre emagrecimento e pegou num cérebro verdadeiro, para dar alguns exemplos. Tudo em nome da divulgação científica. Os telespetadores apreciam o empenhamento e sobretudo o entretenimento.

Visionário?
Apesar do sucesso, nos últimos anos as críticas ao Dr. Oz têm subido de tom. Os detratores acusam-no de estar progressivamente a vender-se à indústria usando o programa de televisão para promover medicamentos e suplementos sem comprovação científica, distorcendo dados e pondo em perigo a saúde dos que o ouvem. Também tem dado cada vez mais tempo de antena a terapias alternativas, do reiki à acupuntura, passando pela divulgação de ativistas antivacinas, como Joe Mercola ou Tullio Simoncini, um médico que diz que o cancro é um fungo curável com bicarbonato de sódio. Até médiuns que falam com os mortos já passaram pelo ‘The Dr. Oz Show’, numa mostra de abertura ao desconhecido a alguns anos-luz do paradigma científico ortodoxo. Ele justifica dizendo que é um médico consciente dos limites da ciência e que procura estender as fronteiras do conhecimento. Descreve a medicina moderna como uma guerra civil entre os médicos que praticam a medicina convencional e os abertos a abordagens alternativas e diz que se encontra no meio a abordar a questão. Os críticos respondem que pondo tudo no mesmo saco – ou programa – é pouco provável o telespetador entender a diferença. 
Oz protege-se como pode. Geralmente, não é ele que defende as teorias mais heterodoxas, levando outros ao programa para falar delas. Também evita falar de marcas, mencionando em vez disso as substâncias ativas dos produtos, mas a sua credibilidade e influência são tão grandes que as marcas aproveitam todas as brechas para se associarem a ele. O relações-
-públicas de Oz, Tim Sullivan, conta que quando Oz falou da cetona de framboesa para emagrecer, no dia seguinte havia mais de 50 marcas de suplementos a dizerem que o Dr. Oz recomendava o produto deles. Sempre que isso acontece, garante, a equipa de advogados do programa avança com processos em tribunal.

O nosso Dr. Oz
Em Portugal, o canal SIC Mulher transmite o ‘Dr. Oz Show’, mas o país também tem a sua quota-parte de médicos e especialistas ‘habitués’ da TV. Como Pedro Lopes, o médico de serviço na rubrica ‘Olhar Clínico’ do programa ‘Mais Mulher’, da SIC Mulher, que ainda integra o painel de médicos do programa ‘Boa Tarde’, e é colaborador regular no ‘Querida Júlia’, ambos na SIC. Lançou recentemente um livro ‘O Meu Médico de Família’ (Ed. Guerra e Paz), em que aparece de bata branca e estetoscópio na capa. A editora promove-o como o médico de família dos portugueses. Tal como Oz, ele também desmistifica temas de saúde de forma jovial e apelativa, faz demonstrações e até mezinhas caseiras, como xarope de cenoura, em direto. “O trabalho feito pelo Dr. Oz e outros, como o Dr. Phil, aumenta a literacia das pessoas sobre saúde e isso é positivo. De forma geral, se as pessoas perceberem o que se passa com elas e o que os medicamentos fazem, qualquer tratamento será à partida mais eficaz. Mas o contexto norte-americano é diferente do português. O mercado dos EUA é completamente aberto, pode haver publicidade a medicamentos e um doente pode ir à farmácia comprar o que quiser, cá as regras são muito mais restritivas. Não pode haver anúncios de medicamentos na televisão e eu não posso mencionar marcas nos programas.” No que toca a suplementos alimentares, adianta Pedro Lopes, “aí essas regras já não se aplicam, mas usar a minha notoriedade para promover um produto é uma responsabilidade. Sei que se disser que um suplemento é bom as pessoas vão a correr comprar. Para ter uma ideia da influência da TV, uma vez fiz um programa para o ‘Querida Julia’ sobre os problemas que afetam os pés. Tínhamos duas mesas com sapatos, os que não se devem usar e os que se devem usar. Ainda hoje recebo telefonemas na clínica de pessoas a perguntar se podem lá ir comprar os sapatos”. 

Suplementos milagrosos, sim ou não?
A fisiologista Teresa Branco também é presença habitual na televisão. É responsável pela rubrica de gestão do peso no programa ‘O Mundo das Mulheres’, da SIC Mulher, e pela rubrica ‘Saúde Metabólica’ no programa Mais Mulher, no mesmo canal. Admira o Dr. Oz, mas no que toca à defesa de suplementos para perder peso estão em lados opostos da barricada. 
“Até há um tempo atrás adorava os programas do Dr. Oz porque ele conseguia de forma muito simples e lúdica trazer a medicina às pessoas, depois começou a promover produtos que sei que não têm resultados, sem fundamentação científica. Zinco, mangostão, grão de café verde, cetona de framboesa, nenhum destes suplementos que o Dr. Oz menciona nos seus programas para perder peso têm comprovação científica. Todos os verões surge um suplemento milagroso que esgota rapidamente, e não dá resultados. Quem trabalha na área do controlo de peso sabe perfeitamente que não existem suplementos que induzam à perda de peso. Ele pode falar em estudos, mas um estudo isolado não é uma evidência científica. A perda de peso é uma coisa muito complexa. Alguns suplementos podem resultar, mas a sua prescrição será sempre individual. As pessoas devem fazer uma análise e despistar eventuais carências de substâncias que influenciam o emagrecimento. Por exemplo, o colesterol é essencial para a produção de hormonas. Se temos um défice, podemos ter menos hormonas essenciais e comprometer a perda de peso. Os suplementos podem ajudar se forem receitados para uma deficiência específica que a pessoa tiver. Relativamente a outros produtos, para outros fins, posso acreditar se houver fundamento em estudos credíveis, para perder peso sei que não existe nenhum que funcione e dizer que há é enganar as pessoas”, conclui. 
O médico Pedro Lopes vai mais longe e afirma que não existem estudos que demonstrem o benefício de nenhum suplemento alimentar, seja para emagrecer ou para outros fins. E explica: “Existem estudos a mostrar os efeitos negativos da falta de algumas substâncias ou nutrientes no organismo, mas não estudos que provem o efeito benéfico dos suplementos. São coisas diferentes. Exemplo: a Direção Geral de Saúde aprovou uma circular que recomenda suplementos de iodo às grávidas, não porque existam estudos que mostrem que são benéficos, mas porque há vários estudos que mostram que durante a gravidez há frequentemente carência de iodo e sabe-se que isso pode ter efeitos tóxicos no desenvolvimento do bebé.” Provar a eficácia de uma substância é algo que os medicamentos são obrigados a fazer, mas os suplementos alimentares não. “Os medicamentos aprovados pelo Infarmed têm de passar por um escrutínio com base em ensaios clínicos que mostrem o seu benefício. Os suplementos alimentares são aprovados pela Direção Geral de Veterinária, e esta aprovação é tácita, basta demonstrar a qualidade técnica do suplemento não é preciso demonstrar o efeito”, explica o médico Pedro Lopes.

Façam o que eu digo… e faço
Em defesa de Dr. Oz pode dizer-se que vive de acordo com o que defende. Os que o conhecem falam invariavelmente da sua energia inesgotável. Anda sempre com conjuntos de saquinhos de plástico com comida e termos com bebidas várias. Tudo coisas saudáveis de que fala no programa: bagas vermelhas, frutos secos, iogurtes magros, smoothies de vegetais… de hora a hora petisca algo da sua lancheira de antioxidantes.
E é tão disciplinado na alimentação como em tudo o resto. Tem 1,82m, pesa 81kg e está em forma. Começa o dia com um conjunto de sete minutos de exercícios: posturas de yoga dinâmico alternadas com conjuntos de 10 flexões e sequências de 20 abdominais. Eventualmente faz mais yoga durante a semana e costuma jogar basquete com os amigos. Conta que sempre que pode requisita os quatro filhos (com idades entre os 10 e os 24) para irem para a rua fazer o que chama os Jogos Olímpicos da Família Oz: um programa que mete sprints de corrida, ténis, e ver quem sobe escadas mais depressa. Faz tudo parte do estilo de vida de Dr. Oz, em que o corpo e a mente são tratados como uma máquina que é preciso manter oleada, vigorosa e disciplinada, para trabalhar com a máxima eficácia possível.

Educado para vencer
Oz conta que quando chegava a casa com uma nota fantástica, como 95% por exemplo, a primeira coisa que o pai perguntava, antes de dar os parabéns, era se alguém tinha tido uma nota mais alta. Mustafa Oz era um cirurgião torácico turco que emigrou para os EUA com a mulher em 1955. Acreditava no trabalho árduo e educou Oz – que nasceu nos EUA e tem dupla nacionalidade – num espírito competitivo. Oz seguiu as pisadas do pai e tornou-se cirurgião cardíaco. Quando acabou a faculdade acreditava que a ciência podia curar tudo, mas a sua visão do mundo viria a mudar, sobretudo depois de casar com Lisa Le Mole. O pai de Lisa, também cirurgião cardíaco, ficou conhecido por operar ao som de rock numa altura em que isso era invulgar e foi pioneiro na perceção da ligação entre dieta, exercício, uma atitude positiva e a prevenção de doenças. É um dos mentores de Oz, juntamente com Oprah e Lisa, vegetariana, contra os alimentos geneticamente modificados e com reticências quanto à vacinação. Oz come carne, é ambivalente acerca da comida geneticamente modificada e é a favor das vacinas, apesar de não ter vacinado os filhos contra a gripe das aves em 2009 (em casa, a mulher é que manda, disse). 
O conservador pai de Oz não vê com bons olhos a incursão do filho no entretenimento e classifica como suicida o interesse de Oz na medicina alternativa.

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