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Angela Wright sistematizou aquilo em que no fundo todos acreditamos inconscientemente – que as cores nos afectam e nos definem –, mas em que nunca pensamos. “Comecei com três perguntas. A primeira – como é que a cor nos influencia – já foi explicada pela ciência. As cores atingem-nos os olhos em ângulos diferentes. Convertemo-las em impulsos eléctricos, e daí chegam ao cérebro e ao hipotálamo, a parte do cérebro que governa as hormonas e os estados de espírito.”

A segunda pergunta foi: por que é que as pessoas têm reacções diferentes à mesma cor? “Os dois factores que determinam a forma como alguma cor é apreendida são a personalidade da pessoa e a forma como a cor é usada. É como em música: uma cor tem valor, mas a sua relação com as outras notas é que cria a harmonia.”

A terceira pergunta: há cores universalmente atraentes? “Não há uma cor universalmente adorada, embora o azul seja a grande preferida. Mas há conjugações de cores universalmente atraentes: vermelho e azul, por exemplo, é a combinação preferida no mundo todo – basta ver as bandeiras.” As duas cores correspondem à polaridade do corpo e da alma: o vermelho é a cor do corpo, o azul é a cor da mente.

  Resista à ditadura do preto

A reacção à cor regula o nosso comportamento a cada segundo desde que acordamos. “A cor é um sistema de ‘avisos’ da Natureza”, nota Angela. “No mundo antigo, o nosso instinto para reconhecer estes sinais era vital para a sobrevivência. E isso ainda está em nós. Ninguém comeria carne verde, certo? Por que não? Porque já nascemos a saber que qualquer carne verde seria uma ameaça à nossa sobrevivência. Um animal que se aproxima de nós vai atacar? A cor também nos diria isso. E também usamos a cor para nos orientarmos. Por exemplo, se o mundo à nossa volta for cinzento, a tendência é para que os nossos instintos adormeçam, para que comecemos a hibernar.” Está explicado por que é que tantos empregados de escritório têm sono… “Exactamente. E depois mandam-nos fazer cursos de motivação! É óptimo, mas depois caem no mesmo!”

Mas não são só os escritórios que são cinzentos na nossa vida, e é uma grande luta promover o uso da cor. “O preto é rei e senhor no mundo da moda, porque este é dominado por senhoras extremamente enervadas”, ri Angela. “Não querem expor–se nem correr riscos, por isso protegem-se continuamente e perdem imenso tempo a dizer a toda a gente como o preto emagrece (que é mentira), como é sofisticado e elegante e seguro. E estão a levar as pessoas a uma situação de medo.”

Pouquíssima gente por esse mundo fora tem o preto na sua ‘definição cromática’. “Às vezes dizem-me ‘Fico muito bem de preto.’ Quando eu pergunto, ‘consegue usá-lo sem maquilhagem?’, respondem-me ‘claro que não, ninguém consegue’!”

Apesar de quase ninguém ter nascido para usar preto, 70% das roupas vendidas na Europa são pretas. “É uma questão de protecção. Corresponde à absorção de todas as cores e cria barreiras. Recomendo a quem só veste preto que use roupa interior colorida. Se usar preto durante muito tempo, arrisca-se a causar algum dano aos órgãos internos.”

Ouça o seu instinto

Algumas pessoas nunca descobrem a cor, outras nunca passam pela fase do preto. Mas como é que eu descubro as ‘minhas’ cores? “Toda a gente tem essa noção, temos é de praticar”, aconselha Angela. “Se me pergunta, ‘estou a usar a cor certa?’, respondo-lhe que sim, porque por qualquer razão foi a cor que escolheu. Se quiser saber se é uma cor que a apoiaria e lhe daria energia, já seria outra coisa.”

Isto é matéria que os nossos instintos naturalmente nos ensinam. O problema é que nos treinam desde que nascemos para esquecer, abafar e ignorar os nossos instintos. “E assim perdemos a ligação com o nosso universo interior. E, depois, cai-nos em cima a ditadura da moda e pensamos que não podemos pintar as paredes lá de casa de cor-de-rosa, o que é que as pessoas vão pensar? Mas podemos recuperar esse instinto, que nos levará a criar ambientes harmoniosos com aquilo que se é, na roupa e em casa.”

Recorda a história de uma senhora que tinha a casa completamente cor-de–rosa. “Obviamente, não há nada de mal em gostar de rosa, mas ela tinha a casa atafulhada de vários tons daquela cor que chocavam uns com os outros. Depois vim a saber que ela estava com problemas e há mais de um ano que não tinha sexo com o marido. Portanto, inconscientemente, usava a cor como um pedido de socorro.” É que o cor-de-rosa é a cor da feminilidade, da mulher. Já agora, saiba que a cor dos homens não é o azul, mas o vermelho. Ou seja, vivemos apenas em comprimentos de onda diferentes…

 Uma casa que nos reflecte

As cores da nossa casa também devem reflectir a nossa personalidade. “Que cor usar em cada divisão? “Tomem cada área e analisem a actividade que aí tem lugar. A sala de estar é o seu santuário ou é o sítio onde recebe os amigos?  Odeia cozinhar? Então, um pouco de cor-de-laranja na cozinha é uma boa ideia, porque é a cor da abundância, da sensualidade, da comida. Se for obesa e está a tentar perder peso, esqueça o laranja, porque dá fome.” Claro que tudo é mais complexo do que isto, mas cada pessoa tem de perceber o que é que quer. “Sim, as cores suaves são uma boa ideia no quarto porque ajudam a dormir, mas há pessoas que podem não querer dormir no quarto…”, ri Angela.

Ou seja: aceitar as ‘nossas’ cores é aprender a exprimir a nossa personalidade, e a viver em harmonia com aquilo que somos. Para terminar, perguntámos a Angela: qual é a sua cor preferida? “Verde. Sou Outono. Mas era bastante fácil de adivinhar, não?”

Psicologia da cor: qual é a sua personalidade?

Baseada nos padrões de luz da Natureza e nas 11 cores diferentes, Angela Wright dividiu os tipos de personalidade em quatro, cada um com as suas características diferentes. Descubra a sua ‘impressão digital’ cromática.

Primavera: São aquelas pessoas que instintivamente trazem a luz à nossa vida, adoram estar ao ar livre, são alegres, práticos e decididos. Têm capacidade de comunicação, mas odeiam profundidade. As suas cores são as mais luminosas: azuis, verdes e amarelos fortes, laranja, salmão. Neutros: tente o creme.

Verão: Na Natureza, as cores atenuam-se, tornam-se mais calmas. Este é um tipode personalidade serena, ordenada e reservada, mas sensível aos outros. As suas cores nunca são gritantes: verde ou azul-escuro, castanho, cor-de-rosa, cinzento-claro.

Outono: Os tons ganham intensidade e profundidade, e as pessoas também. Os ‘outonais’ são apaixonados e interessados, gostam de discutir ideias, de defender a justiça e de salvar o mundo.  A sua paleta inclui laranja-terra, verde-azeitona, dourado, azul-petróleo, beringela e todos os tons de castanho.

Inverno: A Terra está virtualmente sem cor, reduzida aos neutros, mas debaixo da superfície há energia. As pessoas de Inverno são objectivas, eficientes, corajosas. As suas cores são não-cores. Muitas delas usam preto o ano todo. Aliás, são os únicos que conseguem usar preto ou branco total. Se quiserem sair do preto, podem usar os tons fortes como contraste: esmeralda, magenta, azul-forte, amarelo-limão.

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