Hoje, o que não falta são marcas a declarar o seu compromisso com o ambiente, mas para quem quer realmente agir no sentido de tomar diariamente as melhores decisões nesta matéria nem sempre é fácil distinguir o trigo do joio. A questão da confiança é fundamental e para o ser humano e é a base de todas as relações. “A questão da confiança é um caminho longo, é passo a passo, explicar e mostrar o que estamos a fazer é muito importante”, explica à ACTIVA Aurélie Weinling, Garnier International Scientific & Sustainability Director, durante o evento international Green Beauty Garnier, que decorreu recentemente em Paris e onde estivemos presentes.
Green Beauty é o nome do programa da Garnier para reduzir o impacto ambiental de toda a sua cadeia de valor. Não que a marca de beleza já não tivesse despertado para as necessidades (e responsabilidades) ambientais e sociais, mas as ações isoladas deram, em 2020, lugar a uma estratégia global com resultados mensuráveis.
O evento coincidiu com o lançamento de Relatório de Progresso de 2021, documento auditado pela Deloitte e que revela os avanços dados pela Garnier em matéria de sustentabilidade nos cinco eixos de ação prioritários definidos pela marca: Mais Solidariedade e Inclusão (com o apoio a 1214 comunidades através de um programa de fornecimento solidário de ingredientes e da parceria com a Plastics for Change, organização que usa resíduos plásticos como um recurso para tornar o planeta mais limpo e melhorar a qualidade de vida dos coletores informais desses resíduos); Mais Materiais Reciclados e Recicláveis (31% do consumo global de plástico é de plástico reciclado, num total de 12200 toneladas de plástico virgem poupado, e 51% das embalagens plásticas são recicláveis); Ciência e Fórmulas Mais Verdes (90% dos ingredientes de origem natural são de origem sustentável, mais de 99% dos ingredientes e 80% das fórmulas são vegan e 65% dos ingredientes são de origem natural ou derivados); Mais Transparência (todos os produtos são aprovados pela Cruelty Free International, no âmbito do programa de certificação Leaping Bunny, e 99% dos produtos novos ou renovados têm um perfil ambiental e social melhorado); e Mais Energias Renováveis (com menos 54% de consumo de água nas fábricas em relação a 2005 e 62% dos centros industriais neutros em carbono e com zero resíduos para aterro).
A pergunta é: como é que toda esta estratégia se reflete nas prateleiras dos supermercados onde efetivamente tomamos as melhores ou piores decisões de consumo? Os cinco produtos mais recentes que resultam deste compromisso da Garnier com a sustentabilidade são: o Amaciador Sem Enxaguar Ultra Suave; o Champô Sólido Ultra Suave, as novas embalagens reutilizáveis do champô e amaciador Ultra Suave e os Discos de Limpeza Eco Reutilizáveis. A Garnier dispõe ainda de um sistema inovador de avaliação, com uma classificação de A a E, que permite aos consumidores saber o posicionamento de determinado produto na escala de sustentabilidade (à semelhança do sistema Nutri-Score da Nestlé para os alimentos).
Dizer que a Garnier está comprometida com a sustentabilidade – contribui ativamente para o cumprimento de 16 dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas – não é dizer que atingiu a perfeição do ponto de vista ambiental, se é que isso é possível. “A sustentabilidade é uma viagem”, garante Aurélie Weinling. “Estamos a mudar o nosso catálogo de produtos para nos tornarmos mais sustentáveis, com fórmulas verdes, com mais produtos de origem natural. Mas isso leva o seu tempo…” Como cientista que é, Aurélie acredita que as respostas para a sustentabilidade estão na ciência e que é ela que vai fazer a verdade vir ao de cima entre todo o ruído que há hoje à volta destes assuntos. E sabe bem que este é um caminho longo, para fazer passo a passo – e leva a expressão à letra, já que, a nível pessoal, tomou há uns anos a decisão de deixar de viajar de avião. Seguimos-lhe a pegada?