São cada vez mais as marcas portuguesas de cosmética de qualidade, que nos enchem de orgulho. No caso da Miyoko, tudo começou com uma vela de massagem. Depois de terminar o curso de Farmácia e o mestrado em Ciências Farmacêuticas, Joana Custódio teve oportunidade de fazer um Master em Cosmética e Dermofarmácia, em Madrid, e como sempre gostou desta área não pensou duas vezes. Quando regressou, em 2013, começou a trabalhar na fábrica da família paterna, em Mira de Aire – uma empresa de referência na produção de velas, fundada pelo seu avô há mais de 50 anos.
“Na altura já havia procura das velas de massagem e existia um protótipo que eu melhorei. Como não podiam ser produzidas na unidade de produção das velas, fizemos uma unidade de produção cosmética e tudo começou aí. Eu tinha os conhecimentos necessários e fiquei à frente do projeto. Em 2015, começámos por trabalhar as velas de massagem e, paralelamente, fui desenvolvendo outros produtos. No final de 2016 tínhamos uma linha já montada, com os aromas escolhidos, os produtos desenvolvidos, só faltava o nome.” A escolha recaiu sobre Miyoko, “uma palavra que significa ‘geração da beleza’ em japonês.” Joana, que estivera numa feira profissional no Japão a apresentar as velas de massagem, tinha ficado apaixonada pela cultura do país e achou que fazia todo o sentido para a filosofia que queria dar à marca. Lançaram-na em 2017, “mas eu entretanto tinha casado com um bracarense (risos) e vim viver para Braga. Nessa altura, comecei também a fazer a parte comercial da Miyoko, que eu tinha insistido que fosse vendida em farmácia, porque é a minha área, e também porque não havia nada do estilo nesse circuito: uma marca mais sensorial, acessível, feminina, com aromas bons, texturas diferentes, a própria vela de massagem…”
Com a primeira filha a caminho, começou a ser difícil gerir as viagens constantes entre Braga e Mira de Aire, e Joana queria ter mais controlo sobre a marca que tinha criado, por isso comprou-a à família, que neste momento apenas a produz como fornecedora. A pandemia veio adiar alguns planos, mas em compensação as vendas no site cresceram com o confinamento e por isso Joana (que, entretanto, teve um segundo filho), conseguiu expandir o seu primeiro ‘bebé’ com uma nova linha de corpo, incluindo um óleo com brilho que está a ser um sucesso. Joana já não põe ‘a mão na massa’ a fazer as fórmulas (que têm mais de 90% de ingredientes de origem natural), mas tudo continua a ser concebido por ela. O seu sonho para a marca? “Conseguir exportá-la e mostrar lá fora que Portugal é pequenino, mas tem muitas coisas de qualidade.”