O novo livro de Kate McCann, ‘Madeleine’, já faz notícia nos jornais ingleses. Nele relata a saga da investigação e desaparecimento da sua filha Madeleine, então com três anos, e fala da pesada fatura paga pela sua família e grave depressão que a terá afetado.
Kate McCann recorda a dor provocada pelo alegado rapto da filha mas também por ter sido publicamente rotulada como uma "mulher fria e sem emoções". "É bastante assustador rever-me nesses primeiros dias. Pareço incrivelmente frágil, confusa e perdida. Tinha uma vontade avassaladora de nadar pelo oceano fora, com tanta força e tão rapidamente quanto pudesse; nadar e nadar e nadar até estar tão longe e exausta, que deixasse apenas a água puxar-me para baixo e aliviar-me de todo o tormento", escreve no seu livro, citada pelo jornal The Guardian. "Não escondia este desejo de ninguém; gritava-o a quem estivesse na mesma sala que eu."
Mais à frente, revela ainda: "De alguma maneira, infligir dor física a mim própria parecia-me a única maneira de escapar à minha dor interna."
Kate McCann revela o "slideshow macabro" que lhe vinha à cabeça, sempre que pensava no que poderia ter acontecido à filha. "Gritava que conseguia ver a Madeleine, fria e deitada sobre uma grande laje de pedra cinzenta. Olhando para trás, deve ter sido muito dificil para os meus amigos e familiares ver-me assim, sobretudo para os meus pais, mas não conseguia evitar."
Os lucros da venda do livro revertem a favor da campanha ‘Find Madeleine’, segundo os McCann, que querem que o governo inglês pressione as autoridades portuguesas a rever o caso.