Bale revelou já como se preparou para o papel da figura bíblica, alguém que passou a considerar “um homem complicado”. Não quis que o seu Moisés fosse uma personagem condescendente e desmedidamente grandiosa. Talvez por isso, viu dois clássicos da comédia para se preparar: ‘A Vida de Brian’, dos Monty Python, e ‘Uma Louca História do Mundo’, de Mel Brooks. Bale confessou mesmo que, durante as gravações, vinha-lhe constantemente à cabeça a célebre música do filme dos Python, ‘Always look on the bright side of life’. “Há uma linha muito ténue entre fazer o papel bem e fazer uma versão não desejada de ‘A Vida de Brian’.”
O ator britânico de 40 anos revelou que ficou interessado no papel quando estudou melhor a figura de Moisés. “Um homem de convicções ridiculamente fortes e que, ao mesmo tempo, é capaz de duvidar de si próprio de uma forma debilitante, dá uma personagem verdadeiramente fascinante. Se não formos religiosos, podemos ver que a pessoa que, para uns, é um combatente da liberdade, para outros é um terrorista. É [um filme] para os nossos tempos porque é muito humano, e Moisés é uma personagem bem mais humana e falível do que eu pensava à partida.”
O filme realizado por Ridley Scott, cujo elenco inclui ainda Joel Edgerton, Ben Kingsley, Sigourney Weaver, John Turturro e Aaron Paul, ‘só’ faturou 24,5 milhões de dólares nas bilheteiras durante o seu primeiro fim-de-semana em cartaz nos EUA e, ainda assim, conseguiu ser o número 1. Esteve 44% abaixo da estreia de ‘Noé’, que arrecadou 43 milhões no primeiro fim de semana. Conseguiu reunir antipatias, antes mesmo de estrear; houve quem apelasse ao boicote do filme, por só ter atores brancos no papel de egípcios.