Em entrevista ao jornal britânico Guardian, Amal denunciou que o trio de jornalistas foi vítima de uma série de falhas graves do sistema judicial daquele país, falhas essas para as quais já tinha alertado num relatório dirigido à International Bar Association, em fevereiro de 2014.
Amal contou agora que planeava divulgar publicamente as conclusões do relatório, escrito antes mesmo de começar a defender Fahmy, mas diz ter recebido ameaças por parte de funcionários estatais. ”
Quando fui lançar o relatório, antes de mais impediram-me de o fazer no Cairo. Perguntaram-nos se o relatório criticava as Forças Armadas, o sistema judicial ou o Governo. Respondemos que sim. E eles disseram-nos: ‘Bem, então arriscam-se a ser presos’“, contou ao Guardian.
Mohamed Fahmy e os colegas foram condenados, em junho passado, a penas entre 7 e 10 anos de prisão num julgamento, no mínimo, polémico em que o juíz deu nas vistas por quase não tirar os seus óculos de sol de estilo aviador, por gozar com a mulher de Fahmy e fazer piadas sobre o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa.
O pedido para um novo julgamento foi feito e aceite a 1 de janeiro, mas Amal receia que os erros cometidos no primeiro se repitam agora.
Não foi o casamento com o seu mundialmente famoso marido que impediu Amal Clooney de continuar o trabalho legal internacional. E tem sido um ano agitado. Em outubro, a advogada esteve na Grécia a discutir o pedido, feito pelo governo daquele país, de que algumas das pedras do templo Partenon, em Atenas, atualmente em exposição no Reino Unido, regressem a casa.