
Theo Wargo
O comediante e apresentador Jimmy Fallon pode ser uma das caras mais amadas da televisão norte-americana, mas desencadeou uma verdadeira onda de reações negativas na passada noite de quinta-feira, dia 15. Tudo porque Donald Trump esteve no seu ‘The Tonight Show’, onde o apresentador se mostrou “demasiado agradável”, na opinião dos críticos, para com o incendiário e polémico candidato à presidência dos Estados Unidos – o mesmo que chamou ladrões e violadores aos mexicanos, que adora fazer comentários a ridicularizar e menosprezar as mulheres, que faz sugestões veladas de violência política contra a sua oponente, Hillary Clinton, e que quer banir todos os muçulmanos de entrarem nos EUA.
Durante a entrevista, Fallon não só evitou o confronto com Trump a todo o custo, o que até seria justificável – afinal “é um comediante e não um jornalista; o trabalho dele é entreter a audiência, não expôr a verdade. E Fallon nunca mostrou interesse em fazer inimigos. O que mais gosta de fazer é rir “, como diz Maxwell Strachan no Huffington Post – como se demonstrou “demasiado amigável” e riu forçadamente até das tiradas sem graça do multimilionário republicano.
Um dos momentos altos aconteceu no final, quando Fallon perguntou se podia despentear a famosa cabeleira de Donald (o principal motivo de piadas por parte de quem não o suporta).
Mas nem tudo foram massagens ao ego (e ao couro cabeludo) de Trump. Durante a entrevista, Fallon também sugeriu que não era muito tarde para desistir da corrida à Casa Branca, se achasse que já não queria ser presidente.
O Twitter explodiu em comentários a esta entrevista, grande parte dos quais nada simpáticos para com o apresentador. “Jimmy Fallon estragou tudo hoje. Os apresentadores dos programas da noite costumavam ser bobos da corte da cultura. Não é aceitável humanizar um xenófobo”, escreveu uma utilizadora. “Fallon entrevista Hitler: ‘falemos do seu livro'”, ironiza outra.
Outros colegas de Jimmy Fallon tiveram uma postura bem diferente com Donald Trump, no entanto. Seth Meyers baniu-o do seu talk show (apesar de ter levantado o veredito recentemente, informando, no entanto, que a agenda do programa estava cheia) e o lendário David Letterman não teve medo de confrontar Trump com o facto de usar roupas feitas na China, apesar de este país ser um dos seus alvos de crítica preferidos, à conta das complicadas relações económicas entre os dois países.