Charlize Theron, 41, passou por uma experiência traumática na adolescência sobre a qual ainda lhe custa falar nos dias de hoje.
Quando tinha 15 anos, o seu pai, Charles, atacou a mãe, Gerda, que o alvejou em autodefesa. Não foi apresentada nenhuma queixa.
Em entrevista no programa radiofónico de Howard Stern, a atriz entrou em detalhes sobre como lidou com o episódio.
“Simplesmente fingi que não aconteceu. Não contei a ninguém – não queria contar a ninguém. Sempre que alguém perguntava, dizia que o meu pai tinha morrido num acidente de carro. Quem quer contar aquela história? Ninguém”.
Theron confessou que temeu a reação das pessoas ao ocorrido.
“As pessoas não sabiam como reagir àquilo. E eu não queria sentir-me uma vítima. Debati-me com isso durante muitos anos até que comecei a fazer terapia”.
Contudo, o processo não foi fácil e a estrela só procurou ajuda “no final da casa dos 20, início da casa dos 30” e fez muitas descobertas.
“Acho que me saí muito bem. Afinal, estava bem em relação à morte do meu pai”, explicou. “Acho que aquilo que me aconteceu na infância que me afetou mais na vida adulta foi o quotidiano na casa de um alcoólico e acordar sem saber o que ia acontecer. E não saber como ia correr o meu dia e tudo depender de outra pessoa e se ela ia beber ou não”.
Charlize acrescentou que a mãe também foi incrivelmente forte em relação ao incidente e louvou a sua atitude e resiliência.
“Tenho uma mãe incrível. Ela é uma grande inspiração na minha vida. Ela nunca fez terapia. A filosofia dela era ‘Isto é horrível. Reconhece que isto é horrível. Agora faz uma escolha. Vais deixar que isto te defina? Vais afundar-te ou nadar?’ Era isso”, disse. “Acho que ambas lidámos muito bem com essa noite. Ainda temos de lidar com a vida que tivemos – e é isso que as pessoas não percebem. Não é só sobre o que aconteceu numa noite”.