Nicki Minaj e Kenneth Petty foram processados por uma mulher que o marido da rapper terá agredido sexualmente em 1994. No ano seguinte, Petty foi condenado por tentativa de violação em primeiro grau da então adolescente e cumpriu uma pena de quatro anos e meio de prisão. É um agressor sexual registado desde então.
Jennifer Hough, agora com 43 anos, acusa Minaj e Petty de inflição intencional de sofrimento emocional, assédio e intimidação de testemunhas. Tudo terá começado quando o casal iniciou uma relação romântica, no final de 2018, e a rapper passou a usar “a sua plataforma de celebridade” para denegrir publicamente a imagem da vítima. Como exemplos, os documentos legais citam uma publicação feita nas redes sociais nesse ano, na qual a artista escreveu que a queixosa e o agressor eram namorados, e uma entrevista de 2019, na qual a estrela disse que o marido foi “acusado injustamente”.
No processo, Jennifer afirma que foi contactada pela artista em março de 2020, depois de Kenneth ter sido detido por não se ter registado na lista de agressores sexuais da Califórnia. Algo que, por lei, tinha a obrigação de fazer quando deixou Nova Iorque para ir viver com a mulher naquele estado americano. Nicki ter-se-á oferecido para suportar os custos de uma possível mudança de Hough para Los Angeles, caso esta a ajudasse.
A vítima recusou e diz que, poucos dias depois, ela e a sua família sofreram “um ataque violento de chamadas e visitas não solicitadas”. Prova disso é que algumas pessoas terão oferecido 500 mil dólares ao seu irmão em troca de uma declaração assinada por Jennifer, a desmentir as acusações de violação. Depois desse episódio, ter-se-á seguido uma visita ao domicílio inesperada por parte dos advogados da estrela, mais uma vez, numa tentativa de pressionar a mulher a admitir que prestou falso testemunho. Isto fez com que Hough entrasse em pânico e começasse a sentir-se insegura dentro da própria casa.
Jennifer alega que foi viver para outra cidade em agosto de 2020, após uma nova tentativa de suborno, desta feita no valor de 20 mil dólares, e de ameaças à sua integridade física. Mesmo estando noutra localidade, confessa que continua a viver com medo. Como tal, o advogado da vítima explica que “não lhe restou nenhuma alternativa, a não ser dar luta”.
“Como resultado das ações dos Petty, a Sra. Hough contraiu dívidas graves depois de ter sido obrigada a mudar-se três vezes num período de sete meses”, declara Tyrone Blackburn, num comunicado enviado ao USA Today. “Ela também deixou o emprego por medo de ser encontrada e atacada. Os Petty agiram em conluio para destruir a vida da Sra. Hough e, agora, serão responsabilizados pelos próprios atos”.
Entenda o caso original
No dia 16 de novembro de 1994, Jennifer Hough, então com 16 anos, estava a caminho da escola quando se cruzou com Kenneth Petty, um rapaz da mesma idade que conhecia porque ambos cresceram no bairro da Jamaica, em Queens, Nova Iorque, numa paragem de autocarro. O processo diz que Petty apontou uma faca às costas da jovem e levou-a para uma casa, onde a violou. Hough acabou por conseguir fugir, dirigiu-se à escola secundária que frequentava e contou o que tinha acontecido aos seguranças. Os vigilantes, por sua vez, chamaram a polícia.
Petty foi detido no mesmo dia, sob a acusação de violação em primeiro grau, e declarou-se culpado de tentativa de violação, diz Kim Livingston, uma porta-voz do gabinete do procurador do distrito de Queens, citada pelo USA Today. Como resultado, o adolescente cumpriu uma pena de quatro anos e meio de prisão.
Numa entrevista, Jennifer disse que sofreu represálias no bairro ao qual chamava casa quando o caso estava em tribunal. Isto fez com que a sua família a obrigasse a comparecer numa audiência para pedir ao juiz que deixasse cair as acusações contra Kenneth — um pedido que foi negado. Na altura, dizem os documentos legais, Petty já tinha aceitado um acordo judicial.
Hough deixou a cidade de Nova Iorque após o ocorrido e, por largos anos, tudo permaneceu no passado. “Não achava que seria algo que voltaria para me dar uma chapada na cara 20 e poucos anos depois”. O caso ressurgiu e ganhou mediatismo em 2018, com a curiosidade dos fãs e da imprensa sobre o passado do novo namorado de Nicki Minaj.