Clint Hill, de agora 90 anos, trabalhou ao lado de cinco presidentes diferentes durante a sua carreira como guarda-costas. Não é de espantar, por isso, que as suas memórias tenham dado um livro. Porém, a sua história acaba por ser indissociável da história de John F. Kennedy e da sua mulher, Jackie Kennedy. Na verdade, Clint Hill era um dos responsáveis de segurança do antigo presidente norte-americano e estava com ele no dia em que foi assassinado, em Dallas. E fala sobre isto e muito mais no seu livro, My Travels with Mrs. Kennedy, onde relata detalhes até agora desconhecidos do grande público. Entre estes relatos há um que se destaca pela coragem de Jackie Kennedy: numa altura em que o mundo tremia perante a ameaça de uma guerra nuclear com a União Soviética, em 1962, a antiga primeira-dama recusou refugiar-se para se proteger de um possível ataque com mísseis. “Ela disse-me que agarraria nos filhos e que caminhariam pela relva como valentes soldados e enfrentariam o mesmo destino que os demais norte-americanos”, partilhou.
Um dos dias mais marcantes da vida de Clint Hill foi o do assassinato de John F. Kennedy. E, segundo conta no livro, esse foi o dia em que tudo mudou para Jackie, criando um trauma inultrapassável. “Corri o mais rápido que pude, o meu braço chegava à mala do carro, mas parecia que as minhas pernas estavam no meio de areias movediças. Recordo a Sra. Kennedy a sair do assento traseiro do carro, os seus olhos aterrorizados olhavam para mim, mas sem me ver, como se não estivesse realmente ali”, recorda. A dor e a culpa deste momento levaram Hill a tentar o suicídio, mas foi salvo no momento em que entrava no mar para se afogar.