Aos 45 anos, Sara Tavares deixou-nos ontem, 19 de novembro, vítima de doença prolongada.
Nasceu em Lisboa em 1978, mas só 16 anos depois se tornou conhecida do grande público. Sara Tavares sonhava em ser cantora e era fascinada pela Whitney Houston. Concorreu ao concurso de talentos da SIC, Chuva de Estrelas, e, após várias etapas, ganhou a final com o tema One moment in time. Na época houve quem não só a equiparasse à artista norte-americana, como dissesse que tinha um talento ainda maior que a diva.
Decorria o ano de 1994. Em definitivo, esse parecia ser “O” ano de Sara. Ainda não tinha acalmado o coração com os aplausos que recebera na estação (na altura) de Carnaxide e já a chamavam da RTP para interpretar um tema para a Eurovisão.
Rosa Lobato Faria e João Oliveira escreveram a letra de “Chamar a Música” e, sem surpresas, Sara foi representar o país das quinas, no Festival da Canção. Não venceu, mas marcou posição no 8º lugar da tabela alcançando um dos melhores resultados de Portugal no certame.
Sara nunca mais parou. Seguiram-se duas décadas de uma carreira repleta de sucessos, que ela própria compôs, e que teve sempre por base as raízes africanas.
Uma das músicas que mais furor fez no percurso da menina que cresceu em Almada com a avó é “Eu Sei…“. Os versos da canção, editada em 1999, inspirados no salmo 139, da Bíblia, foram escritos por ela e por Ani Fonseca e fazia parte do álbum “Mi Ma Bô“.
Depois de ter lançado quatro álbuns, Sara esteve em silêncio cerca de cinco anos. A doença traiu-a. Foi, numa primeira fase, diagnosticada com um tumor benigno no cérebro, em 2009. Mais tarde, em 2016 veio uma recidiva que a acompanhou nos últimos anos. Ainda assim, a artista mantinha a música bem presente e, no último mês de setembro lançou um novo single intitulado “Kurtidu”.
Nada fazia prever o desfecho do fim de tarde de domingo de dia 19 de novembro de 2023, em que Sara Tavares morreu.
O mundo da música e da cultura portuguesas estão mais pobres e tristes. As homenagens sucedem-se um pouco por todo o lado. Desde as redes sociais aos programas de televisão todos se querem despedir.
Sara Tavares morreu na unidade de cuidados paliativos do Hospital da Luz, aos 45 anos, vítima de um tumor no cérebro.
Sara Tavares: um “ponto de luz” que se apaga
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