“Cada palavra tem consequências. Cada silêncio, também.”
— Jean-Paul Sartre
Tento não falar da aparência de uma mulher sem antes me debruçar sobre outros aspetos, como a inteligência ou a coragem. Falar apenas da aparência é reduzir e uma mulher é sempre muito mais do que a sua beleza ou a falta dela.
Não consigo, porém, deixar de pensar na aparência de duas mulheres que vi há poucos dias desfilar na passerelle de Alta Costura da Fendi, Kate Moss e Demi Moore. Tenho que falar sobre isso! Há muito por trás da imagem de duas mulheres que perderam os seus traços para uma exigência excessiva em relação à aparência, a padronização de uma beleza inexistente, a frustração crónica por um padrão inatingível. Kate e Demi, de 47 e 58 anos respetivamente, cederam os traços que as tornavam únicas – e belas – à angústia da procura de um padrão de beleza ideal e a profissionais que permitiram que algo de tão chocante acontecesse. Quem são, agora, estas duas mulheres? Onde estão os seus rostos, os seus traços, os pequenos defeitos que nos faziam distingui-las entre milhares de outras mulheres? O que sentem quando olham para o seu novo reflexo?
A nossa magia está muito mais naquilo que transmitimos do que naquilo que somos. E o amor próprio é o melhor tratamento. Os cuidados com o rosto e corpo devem seguir o caminho da saúde física e mental. Ser bonita não é apenas sobre a nossa aparência. É também sobre o que pensamos, dizemos e fazemos!
Feliz Dia da Mulher.