Há três meses quem, diria que hoje estaríamos a viver uma pandemia a nível mundial que mata diariamente milhares de pessoas. Que a nível nacional viveríamos um Estado de Emergência com o comércio, restauração e serviços de portas fechadas, as crianças em casa, grande parte da população em teletrabalho e, até mesmo, com as fronteiras novamente encerradas.
Quando o inesperado acontece, é preciso reorganizar. É nas dificuldades que conhecemos verdadeiramente quem somos e, normalmente, ficamos surpreendidos com a força que temos. No entanto, existem múltiplos fatores que não conseguimos controlar, dificuldades que surgem, novos desafios, imposições e a tão desesperante incerteza.
Uma incerteza social, económica e emocional que não nos permite prever quando será o fim ou qual o impacto que terá no futuro próximo. Certamente, todos conhecemos alguém que já viu o seu ordenado reduzido ou o seu local de trabalho temporariamente encerrado. A única certeza é a incerteza em relação ao futuro.
É neste ponto que as escolhas (financeiras) que fizemos no passado ganham uma importância ainda maior. Ou porque os planos de poupanças existentes nos permitem ter alguma liquidez e segurança para enfrentar os dias mais difíceis, ou porque a falta de providência nos faz recear ainda mais pelo nosso futuro.
Seja qual for a situação vamos pensar no que podemos fazer agora (em casa) para melhorar as nossas vidas financeiras:
Informe-se
Antes de mais procure informação sobre os seus direitos e deveres. Conheça o plano já apresentado de apoio às famílias e usufrua caso seja do seu interesse. No entanto, não se forque apenas na poupança que os apoios do Estado lhe poderão dar, pois o que deixa de pagar agora poderá ter de pagar no futuro. Não se esqueça que não existem almoços grátis.
Navegue pelo seu extrato bancário
Há quanto tempo não analisa os seus movimentos bancários? Certamente vai ficar surpreendido com a quantidade desnecessária de dinheiro que gasta aqui e ali. Muitas vezes, quantias pequenas que somadas davam um bom pé de meia. Ao fazer isto, vai perceber que provavelmente até conseguia fazer um plano de poupança mensal. Grão a grão…
Não se precipite
Mantenha os planos de poupança já programados. Não se antecipe a uma eventual necessidade até esta ser real. Quem está a trabalhar a partir de casa, provavelmente, até terá menos custos mensais. Quanto maior a liquidez, maior a tendência para gastos supérfluos.
Analise as novas soluções da Banca
Uma das medidas implementadas passa pela criação de pacotes de serviços sem comissões, de modo a incentivar o relacionamento bancário à distância. Informe-se e perceba de que forma o seu orçamento familiar pode beneficiar das mesmas. Como complemento, poderá procurar bancos que não lhe cobram essas comissões ou aderir a pacotes de serviços que lhe tragam mais benefícios.
Reveja as suas despesas
Há despesas às quais não podemos fugir, crédito habitação, contratos água, luz, gás, seguros, mas podemos e devemos ajustar os mesmos, rever contratos e beneficiar (muito). Dá trabalho, mas a boa notícia é que existem profissionais qualificados que o podem fazer por si. Sabia que se tem três ou mais filhos pode apresentar a declaração de IRS junto do comercializador de água do seu concelho e baixar o seu escalão de consumo?
E que se beneficia de abono de família pode enviar o comprovativo ao seu operador de eletricidade e de gás e pedir o acesso à tarifa social. Na prática, irá conseguir descontos muito interessantes sem fazer praticamente nada.
Foque-se no essencial: Quando tudo isto passar vai perceber que não só sobreviveu, como estará melhor preparado para os desafios que irão permanecer. Com algum sentido crítico percebe-se que afinal não precisa de muito para ser feliz.
Porque quando o inesperado acontece, o mais importante é estar prevenido.