A vida vai retomando uma aparente normalidade, embora todos saibamos que nada não voltou a ser igual. Acredito que existe um lado positivo nesta mudança! E acredito também que existem aqueles que inevitavelmente resistam em aceitá-la, querendo permanecer no ideal de que tudo deveria ser como sempre foi.
Considero que, apesar de todos os perigos, tudo o que está em movimento é sempre melhor do que aquilo que está parado, e que a mudança é sempre mais nobre do que a estagnação. Tudo o que fica eternamente igual, sem sofrer alterações, acaba por se degenerar e desaparecer, a mudança e o movimento constante da vida, conseguem, através da adaptação, perdurar mais facilmente.
A resistência à mudança que muitas pessoas assumem (na verdade um traço que todos temos!), deve-se em parte ao facto de não se conhecerem a si próprias e de desconhecerem a capacidade de adaptação e flexibilidade que possuem, mas se lhe colocar-mos as devidas perguntas, serão capazes de se auto analisar. Este é o papel do Coaching.
Além das adversidades do cenário atual que vivemos, existem também um sem número de possibilidade novas que devemos aproveitar e agarrar, recriando aquilo que é “a melhor versão de si mesmo” à luz desta nova realidade.
É importante resignificar, este novo contexto. Relembro que criamos a nossa realidade à luz daquilo que são os nossos pensamentos, e pela qualidade dos mesmos. Embora a nossa mente, se foque naturalmente na carência, sendo essa uma programação neurológica, estejamos certos, de que, o medo, o comodismo e o fatalismo levar-nos-ão a tudo, menos a ser a pessoa que queremos ser. A vida é um exercício de autoaperfeiçoamento. Ser uma “pessoa melhor” é um processo no qual gastaremos toda a nossa vida.
Temos de nos colocar em causa para melhorar, para fazer alguma coisa mudar. O novo paradigma de vida que fomos forçados a experimentar, abriu portas à inovação, a novos hábitos, valores e propósitos, bem como à implementação de novas estratégias pessoais e profissionais.
Considero que o cenário atual é uma boa altura para nos desafiarmos a repensar hábitos que possam estar a impedir a nossa “melhor versão”. Coloque-se algumas destas perguntas:
O que aprendeu com este confinamento?
Que pessoa quer ser depois desta aprendizagem?
O que o impede de ser essa pessoa?
Fazer algo bem na vida, a caminho da sua melhor versão, implica duas coisas: hábito e repetição, até alcançar a meta. As nossas crenças condicionam as nossas ações e, logo, os nossos resultados. A melhor versão de si mesmo, implica a criação de uma nova crença e novas ações, para alcançar novos resultados.
Chegar a este tão desejado estado, implica essencialmente uma performance em que aos seus pontos fortes, sejam subtraídas todas as interferências referentes a medos, ansiedades e limitações. Sugiro que comece por listar os seus pontos fortes, e tome conhecimento deles; e que seguidamente faça uma lista dos seus medos e receios, e coloque igualmente as seguintes questões:
Como posso lidar com os meus medos/ ansiedades e receios?
O que me impede de tomar estas ações?
Quem posso envolver para me ajudar nesta tarefa?
Por onde posso começar?
Do que estou disposto a abdicar para vencer estes medos?
Relembremos que a mudança da sua zona de conforto (o seu estado atual) para a zona de transição
(estado em que inicia mudanças com vista a alcançar a meta definida), e a sua nova zona de conforto
(estado desejado), será um processo com altos e baixos, no qual será necessário desenvolver elevados
níveis de resiliência para não desistir. A Boa notícia? A maioria dos nossos medos não acontecem, e a
melhor estratégia é focar-se na solução, agindo mesmo com medo.
Precisamos de coragem para dar o primeiro passo, e a melhor forma de ganhá-la é identificar um valor
por de trás da nossa meta. Todas metas precisam de um grande porquê: o que nos move? O que nos
inspira? O nosso diálogo interior nunca deve ser ignorado e silenciado.
Tenha em consideração que as suas metas e valores vão estar em constante mudança ao longo da
vida, e que não existe nada de errado nisso. A sua personalidade é dinâmica e única, por isso, qualquer
tipo de comparação com os outros é absurda.
Por último, uma derradeira chamada de atenção para a criação da melhor versão de si mesmo: as pessoas ao seu redor influenciam as suas crenças. Selecione bem as pessoas com as quais se relaciona, e evite, na sua caminhada para uma nova versão, pessoas que o critiquem, rotulem, ou de alguma forma, não permitam que desenvolva o seu individualismo.
Quando tentar agradar aos outros, com medo da rejeição social, tenha em consideração se não está
a ser injusto consigo mesmo, e se não está a apagar-se para agradar a um conjunto de pessoas que só
o estão a afastar da meta onde quer chegar.
Dizem que a única forma de sobreviver neste tempo de pandemia é conservando a distância, pois
bem, promova o mesmo distância das pessoas que nada lhe acrescentam e que não vão ajudá-lo a
alcançar metas!
Se chegou até aqui, lembre-se que: nada mais no resta a não ser aprender a fazer escolhas até ao fim,
e que as coisas mais importantes estão no interior do seu Mundo, e não na opinião daqueles que o
cercam.