Não podemos fugir à realidade de que somos seres socia, com marcadas necessidades de convivência, e precisamos de contar com a colaboração das pessoas ao nosso redor para nos sentirmos mais tranquilos e seguros nos ambientes pelos quais transitamos. Esta necessidade social é mais marcada em algumas pessoas que noutras; existindo obviamente aquelas que convivem em doses moderadas com a solidão e a individualidade mais expressiva. A própria teoria de Maslow mostra, na sua pirâmide das necessidades, que as necessidades sociais no
patamar intermédio da pirâmide que determina a sua importância no âmbito da realização e motivação pessoal de cada ser humano.
Assim, estamos sempre à procura da construção de relações saudáveis com nossos familiares e amigos, bem como de aceitação por parte de nossos colegas de trabalho, pois é através do companheirismo deles que teremos a possibilidade de crescer profissionalmente também. A par deste lado social, continuamos a precisar de desenvolver o nosso amor próprio, a nossa auto estima, para que igualmente possamos subir patamares na realização e motivação. Muitas são as situações em que desacreditamos de nós próprios por comentários menos simpáticos, invejosos, ou até bastante críticos, de pessoas que nos são próximas, e que nos levam a apagar e a
desvalorizar os nossos feitos.
Será que não devemos ser os primeiros a ter certeza e consciência do que somos e fizemos de bom sem necessitar da aprovação e validação dos outros para saber que fizemos bem ou estamos certos? Quantas vezes fizemos o exercício de ponderar o que aquelas pessoas fariam no nosso lugar nas mesmas circunstâncias? Teriam sido assim tão bem-sucedidas? Ou simplesmente teriam falhado e errado como qualquer ser humano?
Não são poucas as pessoas que procuram atuar segundo o que se espera delas, para minimizar os riscos de crítica e evitar a decepções alheias, mesmo que isso signifique a sua própria frustração. Na realidade, há uma linha muito ténue entre a vontade de se sentir pertencente e aceite, e a necessidade de aprovação externa. Quando dependemos da aprovação do outro para tomarmos decisões, para ir atrás dos nossos objetivos e, principalmente, para validar aquilo que somos, temos e fazemos, estamos simplesmente a colocar o nosso poder pessoal no mundo externo, nos outros. Quando na verdade ele deveria vir de dentro!
O medo constante de ser julgado e do que as pessoas irão pensar ou dizer é um dos maiores vilões que nos paralisam. A necessidade de validação externa pode tomar dimensões sérias relacionadas com elevado índice
de stress, distorção da auto imagem, queda da auto estima e até escolha e tomada de decisões marcantes na vida em consideração ao que outros vão pensar ( como a profissão, o local onde vive, o tipo de pessoas com quem se relaciona, as atividades a que se dedica, ou até a forma como se veste). Chegados aqui queremos mesmo ser uma marioneta puxada pelo fio invisível da opinião dos outros? Ou queremos ser livres para pensar e agir em conformidade com o que achamos que é certo e verdadeiro para nós? Neste processo de reflexão e mudança, é importante saber que:
• Sempre haverá críticas, porque é impossível agradar a todo mundo
• O hábito de se comparar aos demais é nocivo. O importante é tratar de tomar as decisões tendo respeito pelos que o rodeiam na conta e medida de que a pessoa mais importante da sua vida é você!
• A autoconfiança é uma grande aliada nesse processo. Por isso, dedique tempo a reconhecer as suas potencialidades.
• Evite levar as críticas sempre para o lado pessoal. É importante ter distanciamento suficiente para saber se são produtivas, que merecem ser assimiladas, ou se são simplesmente uma forma vazia de ataque.
• Para fortalecer sua individualidade, comece por entender que todas as pessoas são diferentes, e que isso não significa ser melhor nem pior.
• Saiba escutar as opiniões dos outros, a respeitá-las, mas não aja somente para se proteger da dor de uma desaprovação.
• Questione-se frequentemente se está a tomar determinada decisão porque isso a faz feliz e realizada ou para agradar aos outros.
Algumas dicas extras para acabar com a necessidade de validação pelos outros:
• Procure a sua tribo, procure pessoas com as quais se identifique genuinamente, que postulem os mesmos valores e princípios, e com as quais se sinta bem e não tenha a necessidade encarnar sucessivas personagens e fingir ser quem não é.
• Isto vale igualmente para o seu posicionamento dentro das redes sociais. Apague, deixe de seguir ou bloqueie imediatamente todas as contas e pessoas que o façam sentir mal ou com os quais viva em relacionamento tóxico (claramente, não vale depois andar a espreitar esses perfis por curiosidade nociva).
• Não tenha medo de dar a sua opinião ou de discordar, e não deixe de dizer NÃO só para ser aceite, ou não ser rejeitado. Cada vez que faz isso é como se desse uma machadada na sua autoestima, ajudando o barco a ir a baixo.
• Ninguém nos conhece como nós mesmos (seremos sempre nós e apenas nós por toda a vida);
• Os outros são os donos da verdade. As pessoas dependentes de aprovação acreditam mais nas opiniões externas do que nas suas próprias.
• Tome as suas próprias decisões (não deixe que ninguém, mas ninguém, seja namorado, marido, amigos, pais, familiares, interfiram);
• As reprovações não significam uma rejeição a nós: Normalmente, qualquer crítica é tomada como algo pessoal, quando na verdade pode ser uma rejeição a um gosto, estilo de vida, opinião, etc. Por exemplo, alguém poderia desaprovar outros por um gosto musical ou por contradições políticas. Isso não significa que estamos sendo rejeitados como pessoa, é somente uma questão de gostos incompatíveis.
• As pessoas que têm mais aprovação são as que não procuram a aprovação dos outros. A explicação é simples: o autêntico agrada mais!
• Aceite as diferenças entre as pessoas: Nem todos somos iguais; cada um de nós tem gostos, opiniões e estilos de vida distintos. Ser diferente não significa ser melhor ou pior.
Encontraremos pessoas opostas com quem não concordamos em tudo, e isso é normal. Caso tenha dificuldade em inverter e alterar padrões comportamentais procure um coach ou ajuda psicológica especializada. Mas não desista de si! Em jeito de conclusão, lembre-se: “Não deixe que os outros decidam quem você é. Decida por si mesmo!“.