
O Orçamento do Estado para o ano de 2022 trouxe mexida nos escalões e respetivas taxas de IRS, o que tem levantado muitas questões.
A grande diferença entre a antiga e a nova tabela está no desdobramento de escalões de rendimento sujeito a IRS, que vai passar de sete para nove no próximo ano. Uma iniciativa que terá um impacto de valor mais evidente em determinados agregados, dependendo muito de fatores como, por exemplo, o rendimento, o número de titulares e a proximidade (ou não) de um escalão que tenha sofrido alterações. Assim sendo, não é possível dizer com toda a certeza que quem ganha mais vai poupar mais. Também não podemos esquecer que tudo vai continuar igual para muitos contribuintes.
As mudanças passam a ser evidenciadas com maior destaque no terceiro e sexto patamar de rendimentos. A taxa de IRS que corresponde a rendimentos entre os 10.736€ e os 15.216€ passará dos anteriores 28,5% para 26,5%. A taxa de IRS que corresponde a rendimentos entre os 36.967€ e os 48.033€, por sua vez, passará de 45% para 43,5%. O Governo prevê que muitas famílias tenham um alívio fiscal e que consigam poupar dinheiro, o que, conforme mencionei acima, depende de vários elementos.
Nos escalões primários do IRS haverá apenas um ligeiro acerto, atendendo aos valores limite que estão subjacentes nos patamares de rendimento. Quer isto dizer que a taxa do primeiro escalão mantém-se nos 14,5%. Porém, o valor limite sobre ligeiramente de 7.112€ para 7.116€. A lógica é a mesma no patamar seguinte.

Alterações de maior destaque
O terceiro escalão, que até agora englobava rendimentos anuais coletáveis superiores a 10.732€ e até 20.322, e que estava sujeito a uma taxa de 28,5%, foi dividido em dois novos escalões. Este terceiro escalão passará a ter efeitos nos 10.736 euros, mas irá apenas até aos 15.216 euros, sujeito a uma taxa de 26,5%. O quarto escalão passa a abranger os rendimentos entre 15.216€ e os 19.696€, com uma taxa de 28,5%.
Também o antigo sexto escalão de IRS, que abrangia os rendimentos coletáveis de 36.967€ e até 80.882€, taxados a 45%, vai sofrer alterações. Assim, os rendimentos entre 36.757€ e até aos 48.033€ passam a ter uma taxa de 43,5%. No patamar seguinte, entre 48.003€ e até 75.009€, a taxa é de 45%.
Como as taxas de IRS acabam por estar a ser consideradas de forma progressiva, é aconselhável fazer simulações especificas, para conseguir ter a perceção de qual será o impacto destas alterações, de acordo com os níveis de rendimento. Segundo o Governo, os contribuintes que estão entre os limites de rendimentos de os 10.000€ e os 25.000€ serão os que poderão ter uma vantagem mais evidente no alívio da tributação.
O que se prevê com estas medidas é que, para grande parte dos possíveis cenários, exista um contributo para que se consiga pagar menos IRS. Logo, não se esqueça de que já pode fazer uma simulação do IRS para 2022, por exemplo, através da Pwc que criou um simulador onde pode fazer a comparação face a 2021.
Através desta ferramenta, de uma forma muito rápida, consegue fica com uma noção dos valores e ainda perceber e analisar as respetivas diferenças em relação a 2021. Passe por lá e vai ver que é bastante útil.
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