Diversos estudos confirmam que até 75% das mulheres pós-menopáusicas têm sintomas de atrofia vaginal. Cerca de 50% das mulheres pós-menopáusicas têm sintomas de atrofia vaginal que têm impacto na função sexual e qualidade de vida e, apesar da sua prevalência, a atrofia vaginal não é reconhecida pelas mulheres como uma doença crónica. Por isso, um terço das mulheres que dela padecem não procuram cuidados médicos.
Está na altura de falar sobre isto e mudar o paradigma. Quando se fala em Ginecologia Estética, associa-se muitas vezes a ideias de padrões impostos para a aparência da genitália da mulher. Não bastam já todos os outros padrões que carregam ao longo da vida, e todo o julgamento sobre o seu corpo, levando a comparações, frustrações, obsessões, até a vulva também é padronizada.
A vulva, tal como o rosto, tal como o corpo, não é para se padronizar. É para potenciar, tornar funcional e, sim, adequar tanto quanto possível esteticamente, de forma a incrementar a confiança da mulher em si própria, e não a massacrar com mais estereótipos. Chega de preconceitos. A área da Ginecologia Estética serve precisamente para libertar e não para reprimir.
Importa explicar que a Ginecologia Estética ou, melhor dizendo, a Ginecologia Estética Regenerativa e Funcional, aborda problemas estéticos e funcionais das mulheres relacionados com a sua genitália de forma minimamente invasiva, sem recurso a cirurgia.
Através de vários dispositivos de energia (laser, radiofrequência, LEDs), procedimentos como a injeção de ácido hialurónico, Carboxiterapia, plasma rico em plaquetas e peelings é possível melhorar o escurecimento da região íntima, a assimetria ou redundância dos pequenos lábios, a flacidez da vulva, a hiperlaxidão da vagina, a flacidez ou deflação dos grandes lábios, a hidratação da mucosa vulvovaginal e a microcirculação e projecção do ponto G.
Desta forma, funcionalmente os benefícios são diversos, tais como, menos dor durante a relação sexual, mais prazer sexual durante as relações para a própria e para o parceiro, melhoria dos quadros de incontinência urinária ligeira e melhoria da lubrificação vaginal.
Estes são problemas frequentes da vida da mulher, principalmente, após o parto e na fase pós-menopausa. E quantas de nós não sofrem em silêncio? Está na hora de deixar de lado os preconceitos e procurar a ajuda certa. Deixo de seguida algumas dicas associadas aos procedimentos mais procurados nesta área.
Escurecimento da zona íntima
O escurecimento da vulva, virilhas e região perianal é uma situação frequente que tem várias causas. A predisposição genética e o próprio fototipo da pessoa são as mais predominantes, mas também a utilização de roupa justa, a acumulação de suor, o trauma provocado pela depilação com cera ou corte do pelo com lâmina, a obesidade, doenças como a diabetes ou doenças cutâneas inflamatórias e alterações hormonais como na gravidez. A tendência é agravar durante o tempo se as causas não forem corrigidas.
Primeiro que tudo há que prevenir a pigmentação elegendo roupas leves e arejadas de fibras naturais, fazer depilação com laser e vigiar o peso e a alimentação.
Como tratamento, um dos métodos utilizados são os peelings químicos. Consistem na aplicação de ácidos concebidos para esta zona, que fazem uma esfoliação de forma rápida e cómoda. Eles não só melhoram a pigmentação como a própria flacidez vulvar, dando mais firmeza aos tecidos. É possível tratar as virilhas, monte de Vénus, parte exterior dos grandes lábios e área perianal. É fulcral a utilização posterior de um produto tópico despigmentante para manter os resultados do tratamento.
Rejuvenescimento íntimo com radiofrequência e plasma rico em plaquetas
Esta é uma combinação infalível para melhorar a lubrificação, estimular a produção de colagénio e elastina, melhorar a laxidez da vagina que acontece depois dos partos e com o passar dos anos, tornar as relações sexuais muito mais satisfatórias e melhorar quadros de incontinência urinária ligeira.
Preenchimento dos grandes lábios
Tem a sensação que tem os grandes lábios muito finos ou estreitos, pequenos ou flácidos? Com a idade, partos vaginais e emagrecimento perdemos gordura nos grandes lábios, conferindo-lhe um aspecto deflacionado. É possível repor esse volume de forma a equilibrar a sua dimensão ou torná-los mais simétricos. Este é um procedimento injetável rápido e simples, realizado com ácido hialurónico.
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