Além disso, para todos os atletas, sejam profissionais ou amadores, uma correta alimentação desempenha um papel fundamental naquilo que é o seu rendimento desportivo. Naquela que é a Semana Europeia do Desporto – assinalada de 23 a 30 de setembro – importa perceber de que forma a alimentação tem impacto no rendimento desportivo e como podemos melhorá-lo através do que ingerimos.
Mas o que é afinal o rendimento desportivo? Consiste nas ações que o atleta realiza para resolver as tarefas que lhe são colocadas em treino ou competição. Ora, para facilitar a forma como o atleta realiza essas mesmas tarefas e consequentemente melhorar o seu rendimento, podem ser adotadas múltiplas estratégias, nomeadamente as nutricionais, pelo que o acompanhamento por um especialista pode fazer a diferença.
A alimentação influencia significativamente o rendimento desportivo e é responsável por fornecer os nutrientes necessários e dessa forma, permitir obter a quantidade de energia adequada; permitir atingir a composição corporal adequada à modalidade – massa corporal, massa muscular e massa gorda; promover processos de adaptação e recuperação do treino; reduzir o risco de lesão e doença.
Além da alimentação, a hidratação tem um forte impacto no rendimento desportivo, uma vez que uma inadequada hidratação pode comprometer o rendimento bem como representar um risco para a saúde.
A desidratação poderá levar a um compromisso do rendimento, sobretudo nos exercícios aeróbios onde a temperatura corporal aumenta e há maior esforço cardiovascular.
Para um maior rendimento desportivo, é essencial que o atleta se hidrate adequadamente ao longo do dia, assim como durante o exercício.
Através de uma alimentação variada que atinge um vasto leque de alimentos, e energeticamente adequada, é possível atingir as necessidades em hidratos de carbono, proteínas, gordura e micronutrientes (vitaminas e minerais).
As recomendações diárias de hidratos de carbono para desportistas, dependem do tipo de intensidade do exercício: de baixa, moderada, alta ou muito alta intensidade; sendo a recomendação de ingestão de hidratos de carbono, proporcional à intensidade.
As recomendações de proteína são maiores nos atletas que na população geral (0,8g/kg/dia), uma vez que este macronutriente é importante para reparar e substituir proteínas danificadas pelo exercício físico, bem como permitir o aumento de massa muscular, por exemplo.
Já a gordura é importante para a absorção de vitaminas lipossolúveis como A,D,E e K. A recomendação de ingestão é semelhante à da população geral.
Não há estudos concordantes que provem qual a melhor prática alimentar a ter antes e depois do exercício. A recomendação consiste em perceber qual a melhor estratégia para ser adaptada a cada indivíduo.
Quando o objetivo é aumentar a massa muscular, por exemplo, o momento de ingestão de proteína é aconselhável que seja após o exercício.
Quando ingeridos durante o exercício, os hidratos de carbono poderão aumentar o rendimento desportivo, por ajudar a manter a concentração de glicose, poupar o glicogénio hepático e prevenir hipoglicemias, por exemplo.
São poucos os suplementos alimentares que têm evidência científica com efeitos positivos no rendimento desportivo. São eles: agentes alcalinizantes (como bicarbonato de sódio), β-alanina, cafeína, creatina, proteína, nitrato, alimentos desportivos (bebidas, géis, barras).
O Comité Olímpico Internacional, no seu último consenso, reforça a importância de ter uma alimentação equilibrada e saudável, entre os jovens atletas, cada vez maiores consumidores deste tipo de suplementos, muitas vezes de forma inadequada.
A suplementação deve ser utilizada sempre que seja necessário para melhoria do rendimento desportivo e/ou para atingir as necessidades nutricionais específicas, quando não é possível atingir essas necessidades pela alimentação. Contudo, é importante consultar previamente um nutricionista.
É portanto fundamental reforçar que uma alimentação nutricionalmente rica e adaptada à respetiva modalidade deve ser o ponto de partida para permitir o normal crescimento e adaptação do organismo ao treino, permitindo dessa forma, progredir na evolução desportiva e atingir o tão ambicionado rendimento desportivo.
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