Março é o mês de sensabilização para a doença e e estes são números que revelam a importância de se falar de Endometriose.
É uma doença crónica e inflamatória, em que o endométrio migra para fora da cavidade uterina, implanta-se noutros locais do corpo e vai sofrer todo o ciclo menstrual nessa localização provocando uma resposta inflamatória local com a formação de quistos, nódulos e aderências.
Os sintomas de alerta são dor menstrual incapacitante que pode estar associada a dor nas relações sexuais, dor ao urinar, dor ao defecar, dor na ovulação, hemorragia uterina anómala ou infertilidade.
Saber ouvir as queixas da mulher que nos procura, fazer uma boa história clinica e em conjunto com o exame ginecológico, muitas vezes é o necessário para suspeitar fortemente da doença. A confirmação faz-se através de uma ecografia em centros especializados e quando necessário através da realização de uma Ressonância Magnética.
Cada vez mais o tratamento da endometriose é multidisciplinar e adaptado individualmente a cada mulher de acordo com os seus sintomas, gravidade da doença e dos seus objetivos. Hábitos de vida saudáveis como uma dieta adequada, a pratica de exercício físico e a redução do stress são fatores importantes. Depois um equilíbrio entre vigilância, terapêutica médica (analgésicos e tratamentos hormonais), terapêutica cirúrgica, apoio da Medicina da reprodução (preservação da fertilidade ou tratamentos de procriação medicamente assistida) e tratamentos complementares como a acupuntura, a fisioterapia pélvica, a psicologia, entre outros; são fundamentais para o tratamento holístico da mulher.
A Associação Mulherendo é a Associação de Mulheres com Endometriose que desempenha um papel fundamental no apoio, esclarecimento de dúvidas e orientação destas mulheres.
Procurar ajuda e tratamento especializado é fundamental para um diagnóstico precoce e orientação adequada, evitando a progressão da doença para casos mais graves ou o impacto negativo na fertilidade. Não desvalorize a dor!
Os textos nesta secção refletem a opinião pessoal dos autores. Não representam a ACTIVA nem espelham o seu posicionamento editorial.