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Mas afinal, qual é o papel deste médico e porque é tão importante?
A especialidade de Medicina Geral e Familiar (MGF) é idealmente o primeiro contacto da população com os cuidados de saúde e desenvolve um conjunto de ações que envolvem a promoção da saúde, a prevenção da doença, o diagnóstico e o tratamento.
Os médicos de família são profissionais de saúde qualificados para a gestão da saúde e da doença e planeiam os cuidados de uma forma integrada, com o envolvimento de outras especialidades. A par desta globalidade, está o acompanhamento ao longo da vida. É o médico que nos acompanha desde o nascimento e durante toda a vida adulta, ajudando-nos a concretizar um envelhecimento saudável e ativo, antecipando os problemas e minimizando o seu impacto quando identificados.
Importa destacar a diferenciação para acompanhar toda a família, estudando as dinâmicas familiares e explorando-as de forma a potenciar o nível dos cuidados que são prestados.
Que papel tem na promoção da saúde?
O médico de família tem um papel fundamental na promoção de estilos de vida saudável. Capaz de avaliar a pessoa como um todo, aconselha hoje para antecipar os problemas de amanhã.
Define os exames que deve fazer e quando os deve fazer. De uma forma personalizada, aconselha em relação a estilos de vida saudáveis bem como, em conjunto com a pessoa, ajuda a traçar planos de evicção de fatores de risco como o tabagismo, por exemplo.
A evidência internacional confere um papel primordial a esta abordagem sendo a que, efetivamente, reduz o aparecimento de doenças crónicas como a hipertensão arterial, a diabetes, o colesterol elevado, a obesidade e certas doenças oncológicas.
O acompanhamento regular com o seu médico pode evitar o agravamento de doenças crónicas e até mesmo prevenir o desenvolvimento de novas patologias. Por exemplo, ao avaliar periodicamente o nível de colesterol, o médico pode identificar precocemente um aumento no seu valor e iniciar medidas para controlá-lo, evitando complicações como doenças cardiovasculares, tão prevalentes na nossa população.
Como sei que médico devo procurar?
Muitas vezes surge esta dúvida perante determinado sintoma. Por exemplo: “As minhas pernas estão vermelhas e inchadas? O que devo fazer e a que especialidade devo recorrer?”. Trata-se de uma queixa aparentemente linear mas que pode ser motivo de avaliação por cirurgia vascular, por cardiologia ou por nefrologia. Então, por onde começar?
Toda a doença é precedida de um conjunto de sintomas, muitas vezes isolados e pouco intensos que, ao longo do tempo, se diversificam, intensificam e incapacitam.
Desafiada pela abrangência, a MGF é a especialidade preparada para avaliar a pessoa como um todo e definir um plano de investigação e orientação.
É neste âmbito que se posiciona um outro aspeto relevante do trabalho do médico de família, a identificação precoce e a correção de fatores de risco de doenças modificáveis. São realizados exames e avaliações clínicas para detetar alterações que possam indicar doenças em estágio inicial, possibilitando um tratamento mais eficaz e diminuindo os riscos de complicações.
Como devo gerir as minhas doenças?
A par da longevidade cada vez maior que nos permitem os avanços da medicina, está a complexidade do acompanhamento. As pessoas têm cada vez mais comorbilidades, ou seja, doenças em simultâneo. Vejamos o seguinte exemplo: um doente que tenha tido um enfarte, que os seus rins não funcionem bem e que manifeste problemas respiratórios, vai ter a necessidade de tomar vários medicamentos. A acrescer a isto, se o doente tiver, por exemplo, dores articulares, é importante saber que tipo de analgésico pode tomar e quais os cuidados a ter. É também o papel do médico de família orientar para esta gestão das várias doenças.Assim, assente numa relação médico-doente construída ao longo do tempo, compete ao médico de família monitorizar e orientar as múltiplas condições de doença de forma a minimizar complicações e preservar a qualidade de vida da pessoa.
Como cuidar da saúde na era digital?
Existe atualmente um grande volume de informação na área da saúde, a que se acede de forma fácil mas em que os conteúdos não estão validados ou não são garantidamente adequados. Exemplo disso é a quantidade de informação disponível na internet mas sobre a qual se desconhece a fonte e que pode dificultar a tomada de decisão. Portanto, continua a ser imprescindível o aconselhamento e a validação junto de um profissional como o médico de família. Toda esta interação está potenciada porque também o acesso aos profissionais de saúde evoluiu e se tornou multifacetado: do formato presencial à teleconsulta, passando pela interação através de ferramentas digitais. Hoje em dia, os cuidados de saúde estão onde, quando e como precisar del
Portanto, neste Dia do Médico de Família, é importante destacar a sua relevância na promoção da saúde e na prevenção da doença. E, mais do que isso, para que se alcancem benefícios, é fundamental que a população se consciencialize da importância de um acompanhamento regular com o seu médico, em prol de uma vida mais saudável e de uma saúde mais plena.
Não deixe de procurar o médico de família para cuidar de si e da sua família.
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