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Os homens são mais calados, têm dificuldade em expressar emoções e orientam-se melhor. As mulheres são faladoras, fazem mil coisas ao mesmo tempo e perdem-se ao virar da esquina.
Mitos? Não, verdade científica: o comportamento de homens e mulheres não é igual. As suspeitas foram confirmadas nos últimos anos por pesquisas levadas a cabo por diversos cientistas, que provaram, através de medições e exames, as diferenças entre o cérebro do homem e da mulher.
Como nos lembram Anne Moir (geneticista) e David Jessel (jornalista), autores do livro ‘Brain Sex’, ‘os sexos são diferentes porque os cérebros também o são, logo, processam informação de forma distinta, o que resulta em diferentes percepções, prioridades e comportamentos’.
Assim se explica a maior apetência pela Lógica e pela Matemática da parte do sexo masculino e o nosso proverbial à-vontade quando se trata de lidar com as emoções. Mas daí a concluir que um dos sexos é melhor do que o outro, ou que não há excepções à regra, vai uma distância enorme (e perigosa): nesse caso, não existiriam mulheres matemáticas, pilotos de avião, guias, engenheiras mecânicas ou cientistas!

As mulheres adoram comunicar desde sempre
Na Pré-História, os papéis eram distintos para cada um dos sexos: os homens caçavam, as mulheres cuidavam dos filhos, das colheitas, das roupas e da alimentação. Ora essa especialização de tarefas levou ao aperfeiçoamento distinto das várias regiões do cérebro. Se eles precisavam de caçar, era imperioso dominar melhor a noção de espaço e de distância é por isso que os homens, hoje em dia, têm melhor sentido de orientação e conseguem mais facilmente ler um mapa.
Já as mulheres, como se ocupavam das crianças, e precisavam de saber se os filhos estavam bem ou não, têm maior facilidade em perceber o que o outro está a sentir através de uma simples expressão do rosto.
Como os nossos antepassados do sexo masculino tinham de enfrentar os perigos da Natureza, era necessário serem fortes fisicamente; já as mulheres, recolhidas na segurança da caverna, tiveram de desenvolver a linguagem e a capacidade persuasiva para ‘dar a volta’ aos companheiros, mais possantes.
Como salientam os autores do livro ‘Brain Sex’, ‘enquanto o cérebro masculino lida melhor com objectos e teoremas, o feminino está organizado para responder de forma mais imediata aos estímulos sensoriais; as mulheres estão equipadas para receber uma grande quantidade de informação sensorial, a relacionar e conectar essa informação com mais facilidade, a dar prioridade às relações humanas e a comunicar’.

Por que fugimos da Matemática
Essas distintas competências sociais fizeram com que algumas regiões do cérebro se desenvolvessem mais em detrimento de outras. Por exemplo, a maior apetência masculina pela Matemática e pela Lógica é explicada pelo superior desenvolvimento de uma região do cérebro, o lóbulo inferoparietal (LIP), localizado logo acima do nível das orelhas. Outra diferença é que, no caso deles, o lado esquerdo do LIP é maior do que no lado direito, enquanto connosco se passa o contrário. Ora, o lado esquerdo é o que está associado às habilidades matemáticas, com a percepção do tempo e do espaço e com a capacidade de rotação mental de figuras tridimensionais.
Isso ajuda a perceber por que é que eles nos ganham tantas vezes ao Tetris: têm maior facilidade em imaginar objectos a rodar no espaço e a projectar o sítio onde encaixam.
Pesquisas também demonstraram que as duas áreas nos lobos frontais e temporais relacionados com linguagem (conhecidos como áreas de Broca e Wernicke) são maiores nas mulheres, provando assim cientificamente a nossa superioridade no campo da linguagem. Além das provas biológicas, os testes também comprovam este facto, pois dando uma lista de palavras para memorizar a homens e mulheres, elas não só têm maior facilidade em executar esta tarefa como a indicar vocábulos que começam por uma letra específica.

O mistério do sexto sentido

‘O que é que tu tens?’ Essa pergunta sai-nos muito mais facilmente da boca do que ao nosso companheiro: quantas vezes chega a casa aborrecida ou triste e ele nem repara no que se passa consigo? Não se zangue com ele! As capacidades sensoriais femininas são mais desenvolvidas do que as masculinas, motivo por que conseguimos ler os pequenos sinais não verbais do outro (como um simples franzir de olhos) e daí rapidamente tirar conclusões sobre o seu estado de espírito.
Isto desculpa a proverbial insensibilidade dos homens e, por outro, justifica grande parte do tradicional ‘sexto sentido’ feminino, que na realidade é fruto do treino desenvolvido desde os primórdios, em que a mulher tinha de cuidar e proteger os filhos, estando superatenta ao bem-estar dos pequenotes. Em termos da estrutura do cérebro, isso determinou um maior desenvolvimento da região chamada hipocampo, que nos leva a expressar melhor as emoções e a termos mais facilidade em recordar acontecimentos marcantes em termos emocionais.

Nós temos visão periférica, eles não!
As mulheres vêem melhor à noite e os homens de dia. Mas a diferença não se esgota aí. Essa necessidade de dar atenção a tantas tarefas em simultâneo, que remonta ao tempo das cavernas, deu-nos uma visão periférica mais ampla de praticamente 180 graus do que a dos homens. Eles, pelo contrário, ficaram-nos a ganhar na visão à distância que lhes era útil nas caçadas, o que explica porque hoje têm bem melhor pontaria do que nós nos jogos de setas ou no tiro ao alvo. Mas a nossa visão periférica tem vantagens: é ela que nos permite ‘controlar’ melhor os Brad Pitt que andam por aí sem riscos de sermos descobertas (é o típico espreitar pelo canto do olho).
Já eles, que para verem têm de olhar tudo bem de frente, são rapidamente apanhados quando andam a ‘despir’ com os olhos outras mulheres! Por outro lado, salientam os autores de ‘Sex Brain’, ‘as mulheres mostram uma maior sensibilidade ao som’, pelo que mais rapidamente uma torneira a pingar nos tira da cama do que a ele.
‘Seis vezes mais raparigas do que rapazes cantam afinadamente’, salientam os mesmos autores, assim como notam melhor pequenas alterações no volume da voz daí o tradicional comentário feminino ‘porque é que me estás a gritar?’ quando o marido fala um pouco mais alto.

Fazemos muitas coisas ao mesmo tempo
Não fique zangada se ele pára de pôr a mesa para lhe contar o que o chefe lhe disse no trabalho! Ele não tem culpa se tem o cérebro mais compartimentado do que nós e com menos ligações entre o hemisfério direito e o esquerdo, motivo por que lhe é difícil fazer duas coisas ao mesmo tempo. Connosco, passa-se o contrário. Perguntem a mais de 50% das mulheres qual é a mão direita e ela terá uns segundos de hesitação. Tudo porque ambos os hemisférios do nosso cérebro estão em maior conexão. Isso também explica porque somos capazes de falar ao telefone enquanto escrevemos ao computador e de nos maquilhar enquanto conduzimos. Além disso, estamos aptas a memorizar os objectos localizados num determinado espaço e de saber quando algum deles foi movido.

Porque somos diferentes?
. O cérebro masculino é dez por cento maior do que o nosso. Mas isso, na prática, não faz diferença, porque nós registamos uma maior actividade das células cinzentas, ou seja, o nosso cérebro revela-se mais eficiente em termos de processamento de informação.

. O hemisfério direito é maior nos homens, bem como a amígdala (não aquela que está a pensar, na garganta, mas sim a área mais primitiva do cérebro), o que explica parte da agressividade típica do sexo masculino e o motivo porque, em segundos, podem passar da calma à agressão.

. Falamos três vezes mais do que eles. Cerca de 20 mil palavras por dia, contra as 13 mil masculinas. Também falamos mais depressa e dedicamos mais tempo a tagarelar. O estudo é da responsabilidade da psiquiatra Louann Brizendine e encontra-se no seu livro ‘In The Female Mind’.

A psiquiatra também provou que o mito do homem ser surdo aos argumentos femininos é verdadeiro: a testosterona reduz o tamanho da região do cérebro envolvido no acto de ouvir.

. Eles pensam em sexo a cada 52 segundos e nós apenas uma vez por dia. A região do cérebro responsável pelos pensamentos sexuais é duas vezes maior nos homens do que nas mulheres.

. Reagimos mais depressa à dor, que sentimos com mais intensidade, mas, por outro lado, temos maior resistência ao desconforto a longo prazo do que os homens.

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