
sharpshutter
*artigo publicado originalmente em fevereiro de 2017
Salva pelo gongo
“Devia ter uns 27-28 anos. Nessa altura saía com um tipo muito giro, sexy, quase de anúncio. Numa noite de copos, decidi levá-lo para casa e as coisas estavam tão quentes que não chegámos ao quarto, ficou ali mesmo na sala. Tira camisola, calças, vestido… De repente, começa a tocar as badaladas das 2h da manhã, um estrondo horrível, no relógio de carrilhão herdado do meu avô. Conclusão, apanhámos um susto enorme, eu sem querer dei-lhe uma cabeçada na boca ao mesmo tempo que ele deu um gritinho muito agudo, de rapariga adolescente, que, confesso, tirou-me toda a vontade de dormir com ele. Não voltámos a ver-nos.” Isabel Costa
Espetadora inesperada
“Estava eu e o meu marido a namorar, logo pela manhã, quando sinto uma presença no quarto. Era a minha filha de 10 anos. “O que se passa aqui?”, perguntou ela com ar zangado, encostada à cama, com os braços cruzados e a bater com o pé no chão. Fiquei muito encavacada e a única coisa que me lembrei de dizer foi que estava a brincar com o pai às lutas. Nem sei há quanto tempo ela ali estava, nem o que tinha visto. Lá arranjei uma desculpa esfarrapada para ela sair, mas ficou desconfiada o resto do dia.” Luísa Oliveira
Férias bunga bunga
“De férias no México com o meu namorado novo, só queríamos era descansar e… mal sabíamos nós que os vizinhos do lado deviam ter a mesma ideia, mas elevada a 100. Na primeira noite fartámo-nos de rir dos gritinhos e do que devia ser a cama a bater na parede do nosso quarto. Passou meia hora, uma hora, duas horas e a coisa continuava… até que lá pararam mas nós já estávamos meio a dormir. Na segunda noite, a mesma festa e nós a tentar entrar no mesmo barco mas com aquilo como música de fundo estava difícil, nem conseguíamos adormecer. De manhã, fomos para a praia com umas olheiras até ao chão, estava com tanto sono que adormeci e fiquei com um escaldão nos ombros e na dobra das pernas. Nessa noite, a terceira, quando começou a maratona noturna resolvemos ligar para a receção a queixarmo-nos da festa do quarto ao lado. Foi remédio santo, mas depois ficámos a saber que os tinham mudado de quarto, para um bungalow mais requintado e isolado… olhem a sorte!” Ana Santos
Cenas de filme
“Devia ter uns 20 anos na altura em que o filme ‘Nove semanas e 1/2’ estava nos cinemas, e toda a gente falava na cena em que a personagem de Kim Basinger era vendada e o Mickey Rourke dava-lhe comida à boca. Eu e o meu namorado da altura achámos aquilo super sexy e resolvemos imitar, só que invertemos os papéis, ele é que foi vendado. Pusemos uma música romântica, uma manta no chão ao pé de frigorífico e lá seguimos para a cena: mel, chantilly, chocolate… e morangos. Ora eu não sabia que ele era alérgico a morangos e assim que deu uma trinca num começou a cuspi-lo… Lá fomos nós de táxi para o hospital, ainda peganhentos da comida. Não lhe aconteceu nada, mas fomos gozados pelo pessoal médico.” Paula Silva
Repousa-pés alternativo
“Vivo com a minha mãe e a minha filha de 7 anos e confesso que tenho um vibrador, oferecido por um ex-namorado. Guardo-o no fundo de uma gaveta da cómoda e nunca me passou pela cabeça que visse a luz do dia pela mão de outra pessoa daquela casa que não eu. Pois viu: um dia, ao chegar a casa, dei com a minha filha toda recostada no sofá da sala a ver desenhos animados e com o vibrador debaixo dos pés a trabalhar. Só se voltou para mim a dizer ‘olá mãe, fui buscar esta coisa, é tão confortável’. Respirei fundo, tirei–lhe o ‘brinquedo’ e disse-lhe que aquilo era para as costas, que no dia seguinte ia com ela à loja comprar um próprio para os pés.” Maria Rodrigues