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*artigo publicado originalmente em março de 2017
O que faz um casamento de sucesso? Muitas coisas. O sexo faz parte de uma relação saudável entre um casal, mas não é tudo, ainda que para alguns este tenha um papel determinante num compromisso desta envergadura.
O jornal norte-americano “Huffington Post” falou com alguns sexólogos e compilou sete problemas comuns aos quais deve estar atento se quiser manter o seu casamento.
1. O casal não tem relações sexuais
Os terapeutas definem um casamento “sem sexo” quando este ocorre menos de 10 vezes por ano. Muitos especialistas divergem naquilo que poderá ser um número ideal. Cada caso é um caso e deve continuar assim.
No entanto, a ausência de intimidade física pode dividir um casal, conforme refere a séxologa Sari Cooper.
“Muitas vezes o casal evita não apenas o sexo, mas como evita discutir esse mesmo problema. Esta falta de diálogo leva a um sentido de isolamento e solidão entre os parceiros”.
A especialista alerta para a necessidade de abordar esta questão, ao invés de culpar o parceiro.
“O cônjuge que está frustrado precisa de ‘quebrar o gelo’ e dizer ao outro que tem saudades dele. É muito melhor do que discutir ou culpar o outro”.
2. Um dos parceiros não se sente sexualmente desejado
Especialmente nas mulheres, sentir-se desejado é um enorme elogio. A investigadora Laura Watson alerta para a importância do homem mostrar à esposa que a deseja, pois quando isto não acontece, a relação sofre as consequências.
“Têm de considerar o quão íntimo um casal deve ser, pois tal leva a melhores e mais frequentes relações sexuais. Não dói certificarmo-nos que o parceiro está a gostar”.
3. Há uma quebra de intimidade depois de uma traição
Depois um caso extraconjugal é normal perder a confiança no parceiro. Esta é difícil de dar a volta, e recuperar a vida sexual ainda mais, defende Sari Cooper.
“É preciso um esforço muito grande para o que foi infiel recuperar a confiança no outro. Entretanto, o traído precisa de perceber porque razão isto sucedeu. Por vezes, o casal precisa de buscar fora do casamento necessidades que não estão a ser correspondidas”.
Caso o parceiro infiel continue a manter contato com a pessoa com quem se relacionou, poderá ser impossível reparar a ligação emocional com o cônjuge.
4. Não há atração física
Nas relações de longa duração, a decrescente atração sexual pode ser efeitos irreversíveis num casamento, segundo Moushumi Ghose, especialista no assunto e autora do livro “Classic Sex Positions Reinvented ”.
“Por vezes, um dos cônjuges desleixa-se. A vida corre e o stress diário do trabalho, do casamento… Ter uma família acarreta esta dinâmica, mas as pessoas que já não estão atraídas pelo parceiro por vezes interpretam isso como um sinal de que este desistiu de si mesmo e da relação”.
5. Problemas físicos que se tornam em desculpas
Há várias questões de saúde que fazem com que os casais deixem de ter sexo, como a ejaculação precoce e a disfunção erétil nos homens, ou a dor durante o ato para as mulheres.
Estes problemas devem ser analisados com um médico, mas por vezes é necessário trabalhar a parte emocional do casal, considera Celeste Hirschman, sexóloga e co-autora do livro “Making Love Real: The Intelligent Couple’s Guide to Lasting Intimacy and Passion.”
“Quando estes problemas funcionais acabam por ser os culpados de todos os problemas sexuais, e em geral os problemas da relação, isso acaba por bloquear a capacidade dos casais discutirem as suas necessidades quer sexuais, quer emocionais. Estes precisam de ver para além da dinâmica que está a ser criada, como o medo de não ser desejado ou a culpabilização do outro por tudo”.
6. O parceiro ri-se dos interesses ou dos fetiches
Todos têm necessidades diferentes. Quando um parceiro fala abertamente que quer experimentar outras coisas, a pior coisa que se pode fazer é rir na cara dele(a), afirma Ava Cadell, sexóloga e autora do livro “NeuroLoveology: The Power to Mindful Love & Sex”.
“Costumo dizer aos meus pacientes que tudo é negociável, mesmo no quarto. Se um dos parceiros gosta de ‘bondage’ e outro não está entusiasmado com a ideia mas quer experimentar outra coisa, recomendo que cada um partilhe três fantasias românticas e realize uma para o outro”.
A partir daí é continuar a partilhar as fantasias suas sexuais sem medo de julgamentos ou de rejeição, defende a especialista.
7. Há uma discrepância do desejo
Muitos casais sofrem de uma “discrepância de desejo”, ou seja, uma situação em que um dos parceiros quer ter mais relações sexuais do que o outro.
Isto levanta um grande problema para a maior parte dos casais pois o cônjuge com menor vontade acaba por controlar a vida sexual de ambos, quer se aperceba disso ou não.
A dada altura, o elemento com maior desejo fica ressentido, alerta Megan Fleming, psicóloga e sexóloga em Nova Iorque.
“Desajustes sexuais levam a casos extraconjugais e a divórcio se não forem analisados, pois o parceiro com mais vontade não se consegue imaginar a viver o resto da vida nesse estado. Afinal de contas, eles comprometeram-se a um casamento, não a uma vida de abstinência”.
Por essa razão, não espere que o seu parceiro esteja perto do ponto de rutura para abordar a questão.