E se lhe dissermos que vários casais estão a tentar “remediar” a relação, após uma traição, através da famosa ménage à trois? Sim, leu bem. O sexo a três tem sido usado por várias pessoas como forma de se redimirem ou conseguirem ultrapassar a infidelidade no relacionamento. E como é que isto funciona? Ryan Scoats explica.
Para o seu livro Understanding Threesomes: Gender, Sex, and Consensual Non-Monogamy, o sociologista analisou respostas de 200 pessoas a um inquérito e entrevistou mais de 50, acerca das próprias experiências no que toca ao sexo a três. E dois dos grandes resultados poderão surpreendê-la: ora, primeiro, parece que, mais que os homens, as mulheres consideram esta prática sexual uma forma ‘segura’ de explorar a sua sexualidade.
Em segundo, se existem casais que o fazem apenas para apimentar a vida sexual, outros têm-no feito como forma de superar problemas como a traição ou outras “dívidas psicológicas“. Como assim? Scoats dá o exemplo de uma mulher que traiu o marido, ao fazer uma ménage sem ele, e, como forma de se redimir, decidiu, posteriormente, incluí-lo numa. Nada caótico…
Outra das descobertas do autor foi que, normalmente, quando casais hetero incluem uma mulher no sexo a três, o homem sente-se na “obrigação” de o fazerem novamente, mas com alguém do sexo masculino, como se estivesse em dívida para com a companheira.
E o que dizer do “altruísmo sexual“? Esta é uma expressão usada quando um dos membros do casal faz (ou deixa o outro fazer) algo, apenas para prazer do companheiro. E não é difícil entender tudo o que há de errado aqui. Para qualquer experiência sexual, há algo que nunca pode faltar: consentimento. E se chegarem à conclusão que querem experimentar algo novo (mas, eventualmente, arriscado), falem com um terapeuta ou sigam estas quatro dicas:
1 – Falem (muito) antes de o fazerem. De preferência, quando estiverem fora do quarto, num momento que nada tenha de sexual (já que a excitação do momento pode alterar a perspetiva sobre as coisas).
2 – Discutam práticas de sexo seguro. Quer usem preservativo, pílula ou mesmo que todos façam testes, de modo a evitar doenças sexualmente transmissíveis, tudo é válido.
3 – Falem abertamente acerca de limites. O que é que gostariam de experimentar durante uma ménage? O que é que seria desconfortável? O que é que não pode mesmo acontecer? Tudo tem de ficar esclarecido antes da hora H.
4 – Tenham um plano de contingência. Discutam o que acontecerá no dia seguinte à experiência em que decidirem embarcar – quer pretendam falar sobre o que aconteceu ou fingir que nada se passou. Além disso, é importante que tenham uma palavra de segurança para usar durante o ato. A terceira pessoa poderá dormir convosco? Há que pensar em todos os detalhes e imaginar qualquer cenário (sobretudo, os piores).