Deixar de fumar é complicado para qualquer pessoa, mas pode ser particularmente difícil para as mulheres, que têm metade das hipóteses de serem bem-sucedidas quando comparadas com os homens.
Este é o resultado de um estudo levado a cabo por investigadores do Hospital St. Michael’s, no Canadá, que analisaram 233 pacientes (35% eram mulheres) que frequentaram uma clínica de cessação tabágica na unidade hospitalar pelo menos duas vezes entre 2008 e 2018.
Os participantes tinham uma média de idade de 56 anos e diziam fumar, em média, 18 cigarros por dia durante 37 anos. Para ajudá-los a deixar de fumar, receberam acompanhamento médico individualizado e, quando necessário, uma prescrição de medicamentos como terapia de reposição de nicotina.
Os resultados, que serão apresentados no Canadian Cardiovascular Congress (CCC) de 2019, mostraram que depois de seis meses no programa, 25% dos participantes tinham deixado de fumar e 29% reduziram o número de cigarros que fumavam por dia na ordem dos 50%. Contudo, os investigadores concluíram que as mulheres tinham metade da probabilidade de parar.
“No nosso estudo, as mulheres tiveram uma prevalência mais alta de ansiedade ou depressão do que os homens (41% contra 21%, respectivamente), o que potencialmente perturbou o processo de cessação do tabagismo,” explica a Dra. Carolina Gonzaga Carvalho, autora do estudo. “Fatores hormonais ou sociais também podem desempenhar um papel. O nosso estudo observacional não pode responder ao porquê, mas fala da necessidade de análise de género e de tratamento específico para o sexo”.
De acordo com este trabalho, os participantes que tinham dificuldades em pagar os medicamentos para parar de fumar também tinham uma menor probabilidade de parar de fumar.