
No que diz respeito a relacionamentos amorosos, tendemos a procurar um “tipo” definido – pessoas com traços de personalidade semelhantes aos nossos – e a repetir o padrão inúmeras vezes ao longo da vida.
Esta é a principal conclusão de um estudo conduzido por Yoobin Park e Geoff MacDonald, da Universidade de Toronto, no Canadá. Na investigação — a primeira a focar-se na questão de as pessoas terem um “tipo” — os autores analisaram dados de um estudo longitudinal alemão de 9 anos, no qual os participantes reportaram os próprios traços de personalidade (os “Big Five”: extroversão, conscienciosidade, amabilidade, instabilidade emocional e abertura para a experiência), tal como uma amostra dos seus parceiros antigos e atuais.
Os investigadores focaram-se na sub-amostra de 332 indivíduos que tinham dois parceiros românticos (por exemplo, um atual e um ex) no estudo. Esta abordagem rigorosa significa que as suas análises não se baseavam apenas na observação de uma pessoa; em vez disso, estavam a avaliar dados de autorrelato de cada pessoa de interesse: o próprio, o parceiro atual e um parceiro anterior. Traduzindo em miúdos: qualquer descoberta que sugira similaridade não pode ser atribuída às lentes tendenciosas de um observador.
“A nossa investigação sugere que existe uma tendência para continuarmos a namorar com pessoas com personalidades semelhantes”, diz Park, em comunicado. “Se dá por si a ter os mesmos problemas relacionamento após relacionamento, talvez deva pensar sobre como gravitar em torno dos mesmos traços de personalidade num parceiro está a contribuir para a consistência dos seus problemas”, Yoobin Park, co-autor do estudo.
Então, namoramos com a mesma pessoa em loop?
A resposta simples é sim. Em geral, os traços de personalidade dos ex foram associados àqueles reportados pelos atuais companheiros. Quer isto dizer que não só namoramos com pessoas parecidas connosco, como também com pessoas que, de certa forma, são parecidas umas com as outras.
Os psicólogos canadianos revelam ainda que confiamos mais em personalidades que se aproximam da nossa e descartamos parceiros demasiado diferentes. E tudo se vai acentuando com o passar do tempo. A longevidade da relação faz com que o casal fique parecido não só no comportamento, mas também fisicamente.