Pandemia, Netflix e zero “chill”. Zerinho. Esta é a realidade de vários solteiros em 2020.
Apesar de muitas pessoas terem aplicações de dating instaladas no smartphone, nos tempos que correm, uma boa parte delas não arrisca um segundo encontro e dá de caras com um muro virtual, ou seja, a impossibilidade de levar a conversa para além dos ecrãs. Por conseguinte, as circunstâncias atuais acabam por ter um impacto mais profundo no campo afetivo do que imaginávamos.
De acordo com um estudo levado a cabo pela app Happn em terras de Vera Cruz, os brasileiros sentem dificuldade em construir relacionamentos amorosos. Mais especificamente, 93% dos participantes afirmou que é cada vez mais difícil estabelecer uma conexão verdadeira e significativa numa aplicação de relacionamentos. Já 81% diz que passa mais tempo a dar likes do que, efetivamente, a conversar com potenciais “crushes”.
A culpa será do “Dating Burnout“. Sim, isso mesmo. O uso excessivo deste tipo de aplicações pode causar efeitos colaterais semelhantes aos da Síndrome de Burnout como, por exemplo, o esgotamento físico e mental, para além de deixar os utilizadores deprimidos por se sentirem ineficazes na construção de laços duradouros. Trocando em miúdos: este fenómeno acontece quando flertar deixa de ser divertido e passa a parecer uma espécie de segundo trabalho.
Sinais de alerta
Para ajudar os solteiros da quarentena a identificarem se estão (ou não) a ter um “dating burnout”, os especialistas da plataforma Happen reuniram cinco coisas a que devemos estar atentos:
- Tem várias apps de relacionamentos instaladas
De acordo com o estudo, 78% dos brasileiros usam, ou já usaram, mais de uma aplicação de encontros ao mesmo tempo. O primeiro ponto deve ser o foco. - Muitos likes, pouca conversa
Mais de 90% dos inquiridos afirma que tem dificuldade em ter conversas mais significativas – aquelas que vão além do “Olá. Tudo bem? Tudo, e contigo? Também estou bem”. A coisa não desenvolve e a vontade de conversar também não. - Há interesse, mas não assim tanto
O interesse até surge para um flirt virtual rápido, mas não o suficiente para conhecer a pessoa ou chegar a sair com ela. O grupo analisado sentia o mesmo, insistiu e teve maus encontros. Resultado: relatos de ainda mais “preguiça” de tentar novamente. - Sente mais segurança online
Sente ansiedade ou que está a perder algo quando as coisas saltam do ecrã para a vida real? Mais de 71% afirmou sentir-se assim, e isso até tem um nome: FoMo. Uma sigla inglesa para “Fear of Missing Out”, ou seja, a angústia de não estar a participar naquilo que se passa nas redes sociais. - Não se espanta com o modo fantasma
Se está a conversar com alguém e considera normal que essa pessoa pare de lhe responder e desapareça, isso é mais um sinal de fatiga. O “ghosting” é considerado aceitável por 58% dos brasileiros.