Sexo. Essa palavra que continua a ser tabu, a gerar tantas dúvidas, a provocar frustrações e a causar inseguranças. Não para todas as pessoas, felizmente, mas para uma grande percentagem da população.
Se já há quem tenha à vontade para falar e explorar o tema sem constrangimentos, ainda existem muitas pessoas que veem no sexo um bicho de sete de cabeças. Dúvidas sobre regularidade do ato, métodos para alcançar o prazer e até expetativas muitas vezes são impeditivos ao desempenho e impedem que se desfrute plenamente do momento.
Além disso, a constante compração quanto à forma como o sexo é exposto na cultura pop não ajuda na percepção do que é ou não normal na vida sexual. Em filmes e séries são expostos ideiais ou fantasias que muitas vezes não funcionam na realidade,
Então, o que é afinal uma vida sexual normal?
As especialistas Nina Brochmann e Ellen Stokken Dahl estudaram este assunto e apresentaram os resultados no livro Viva a Vagina!, da Porto Editora.
Isto foi o que concluíram quanto à frequência das relações sexuais:
- Casais heterossexuais fazem sexo, em média, uma ou duas vezes por semana.
- Casais que vivem juntos fazem mais sexo do que casais que são casados.
- Solteiros são quem faz menos sexo.
- Casais homossexuais fazem sexo tantas vezes quanto os casais heterossexuais.
- Apenas 10% dos casais inquiridos garantiu fazer sexo mais de três vezes por semana.
- Apenas 10% dos casais inquiridos dizem não ter feito sexo no mês anterior.
- A partir dos 50 anos, nota-se uma diminuição da frequência das relações sexuais (mais ainda assim, 40% diz ter sexo entre uma a duas vezes por semana).
- Existe maior frequência de sexo no início de uma relação.
Isto foi o que concluíram quanto às diferenças de desejo sexual entre homens e mulheres (casais heterossexuais):
- No início de uma relação, homens e mulheres têm níveis semelhantes de desejo sexual.
- Passados três anos, os homens mantém níveis iguais de desejo. Já o desejo na mulher diminui.
- Necessidade de intimidade e proximidade da mulher mantém-se ao longo da relação.
- Necessidade de intimidade e proximidade do homem diminui ao longo da relação.
- 50% dos homens inquiridos diz ser rejeitado sexualmente pela parceira de vez em quando.
- 90% das mulheres inquiridas dizem nunca terem sido rejeitadas sexualmente pelo parceiro ou muito raramente.
Isto foi o que concluíram quanto ás combinações sexuais:
- 12% dos inquiridos diz preferir apenas sexo vaginal.
- 50% diz fazer sexo vaginal combinado com estimulação manual dos genitais do parceiro.
- 1/3 dos inquiridos diz fazer sexo vaginal combinado com estimulação manual dos genitais do parceiro e sexo oral.
Conclusões:
Segundo as autoras, uma comunicação aberta e sincera é essencial para uma boa vida sexual. Só desta forma se obtém intimidade emocional e se melhora todos os aspetos da vida sexual. As especialistas Nina Brochmann e Ellen Stokken Dahl garantem que a normalidade na vida sexual é a que funciona para cada casal. Que a quantidade não é essencial e que o tipo de sexo varia de casal para casal. Que o sexo não tem de se desenrolar de forma extremamente sensual, como num filme, para ser prazeroso, mas que pode e deve ser divertido, cheio de intimidade e na procura sincera pelo prazer um do outro.