Na era anterior às redes sociais, a necessidade básica e real de nos afastarmos quando um relacionamento terminava simplesmente acontecia. Talvez com uma pergunta aqui e ali a amigos comuns, de como estava a outra pessoa, mas pouco mais do que isso.
Hoje em dia não há essa facilidade, muito por culpa do acesso imediato que temos à vida dos outros através das redes sociais. Contudo, este acesso assemelha-se muito a estar sempre em contacto com a pessoa que se pretende esquecer. E a verdade é que o seu cérebro, bem como o seu coração, precisam de se distanciar dessa pessoa para conseguirem processar o fim da relação. Para conseguirem arrumar tudo o que viveram, mas que agora pertence ao passado (por mais que esta constatação doa).
Não é, de todo, um processo fácil e muito menos será imediato. Ao início custa e há a necessidade física de se estar com o outro, de saber do outro, de perceber o que anda a fazer (e com quem). Mas, segundo especialistas, a desconexão digital total é o mais aconselhável numa rutura amorosa. E isto implica deixar de seguir a pessoa nas redes sociais, mas também sair dos eventuais grupos de Whatsapp de amigos em comum onde estejam os dois.
Embora possam, assim de repente, parecer medidas um tanto ou quanto drásticas, irão ser as mais benéficas a longo prazo para a sua saúde mental. Para que possa voltar a crescer enquanto pessoa sem estar de alguma forma presa ao outro e ao que foram juntos. E embora seja o que é melhor no imediato, não quer dizer que sejam medidas eternas. Quando o coação e a cabeça estiverem resolvidos, e se ambos assim o entenderem, podem e devem voltar a ter este elo de ligação nas redes sociais. Mas só se isso não representar algum tipo de dor para uma das partes. No que toca aos grupos de Whatsapp, os amigos em comum podem criar dois grupos distintos para não haver possíveis situações constrangedoras e também para não sentirem que, além do fim da relação, também estão a perder algumas amizades. Acima de tudo, convém perceber o que funciona para cada pessoa e respeitar o espaço do outro, mantendo sempre o respeito por si própria. E perceber que, quanto mais presente o outro estiver na sua vida, mesmo que seja apenas digitalmente, mais difícil vai ser dissociar-se dele.