Todos nós contamos os dias para as férias e passamos o ano inteiro a sonhar com este período de descanso com a família. Mas nem sempre o cenário idílico que imaginamos é o que vivemos na realidade. Porque há momentos em que viver em família é um desafio, mas também isso faz parte das nuances de partilharmos o nosso dia-a-dia com pessoas que amamos, mas que são, necessariamente, diferentes de nós. Ainda assim, é fundamental que se aprendam a gerir esses mesmos desafios – e dias menos bons – da melhor maneira, nunca esquecendo o respeito que deve prevalecer entre todos.
É no nosso ambiente familiar que aprendemos a construir os nossos primeiros laços afetivos e de confiança, e aprendemos, também, a partilhar e a resolver conflitos. É com a nossa família que aprendemos a identificar as nossas emoções e sentimentos e a comunicá-los aos outros. É onde desenvolvemos os pilares da nossa auto-estima, bem como a assertividade de impormos os nossos próprios limites. Contudo, é, também, onde aprendemos a desenvolver a paciência e a forma como lidamos com os outros. Tendencialmente, respondemos com agressividade ou irritabilidade quando nos sentimos ameaçados ou invadidos no nosso próprio espaço. Mas, quando estamos de férias (e não só), convém que consigamos respirar fundo e respeitar as pessoas que estão connosco, tendo total perceção sobre o nosso espaço pessoal, mas também dos outros. A chave é que haja limites claros e bem definidos, pois havendo ordem na estrutura familiar, também haverá estabilidade relacional, o que favorece e muito a convivência entre todos.
Desta forma, é importante que:
- se crie um espaço onde todos possam expressar (sem julgamentos) as suas necessidades para que, desta forma, haja menos propensão ao conflito;
- se mantenham as regras e rotinas das crianças (com alguma flexibilidade), porque são elas que lhes dão a estrutura e a segurança que as crianças precisam no seu dia-a-dia;
- se promova o respeito pelo tempo individual de cada elemento da família;
- se aceite os conflitos, que se encarem os mesmos de frente e que se consiga geri-los. Porque há sempre discórdias e birras que podem acontecer. A forma como se lidam com eles é que faz toda a diferença;
- as decisões sejam tomadas em família e até mesmo as crianças devem ser ouvidas e incluídas nas mesmas.