Será que ser frágil é uma coisa má?
Algumas pessoas sentem as emoções de forma mais intensa e podem ser dominadas por elas. Mas será que ser frágil é uma coisa má? Os especialistas dizem que esta característica não tem de ser uma coisa negativa. Na verdade, podemos aliar-nos a esta característica e transformá-la num aliado.
A fragilidade, entendida de um ponto de vista físico, é a capacidade de certos materiais se partirem devido ao facto de terem pouca robustez. Do ponto de vista psicológico, uma pessoa é considerada frágil quando é dominada pelas suas emoções negativas. Para além destas circunstâncias adversas, há pessoas que são constantemente frágeis do ponto de vista emocional.
Há quem viva em permanente atitude de queixa e de vitimização. Essa postura imobiliza-as e impede-as de, não só aceitar essa condição, como avançar e colocar-se numa posição diferente. As pessoas frágeis queixam-se constantemente e culpam os outros pelos seus problemas, erros, frustrações e fracassos.
A vulnerabilidade não se vê. Aliás, mostrar fragilidade é, para muitos, uma fraqueza. Por isso, muitas vezes quando surgem as emoções negativas, luta-se para as mudar. Mas o que se deve fazer é, precisamente o contrário. O mais saudável que se pode fazer, e de facto a única saída, é aceitá-las. Quando se negam sentimentos menos bons, eles ficam enraizados.
A fragilidade não deve ser confundida com o facto de se sentirem emoções negativas. Um estudo da Universidade da Califórnia, publicado em 2012, mostrou que reconhecer uma emoção negativa com as nossas próprias palavras pode reduzir a intensidade dessa mesma emoção.
Assim, reconhecer a vergonha, o medo ou o nervosismo é uma das formas mais fáceis de nos acalmarmos e de nos sentirmos melhor.
A fragilidade afeta a qualidade de vida
É importante perceber que as pessoas são o que são devido aos pontos fortes e às vulnerabilidades. Por isso, é essencial que se o indivíduo se permita sentir mal, porque isso é o ponto de viragem para poder sentir-se melhor. Fingir que está sempre tudo bem não é realista.
Desde 2020, devido à pandemia, a dificuldade em lidar-se com as emoções negativas e a fragilidade revelou-se ainda mais evidente. Não existem recursos na escola ou na sociedade para ajudar as crianças e os adultos a desenvolverem as competências interiores que ensinam a ser emocionalmente competentes num mundo complicado e instável.
Saber lidar com a fragilidade
Todas as pessoas têm uma fragilidade. Se não tiverem consciência dela e não a enfrentarem, pode ser um fator determinante numa saúde mental pouco saudável. É melhor admiti-lo do que tentar escondê-lo a todo o custo. Porquê? Porque assim não terá de se esforçar tanto para o esconder e retirará muita pressão sobre si próprio.
Além disso, uma vez que a maioria das pessoas sabe o que é ter dificuldades com a timidez, o embaraço, o medo, etc., vão sentir empatia por si.
A gestão das emoções, a compreensão e a aceitação do mundo interior é uma das grandes tarefas inacabadas. Ir ao psicólogo não é só para quem está mal, mas também para quem quer melhorar. Mesmo assim, há muitas pessoas que têm dificuldade em dar esse passo ou simplesmente nunca o darão. Mostrar a vulnerabilidade e reconhecer que se tem um problema e que se precisa de ajuda não é fácil.
A vulnerabilidade nos mais novos
Os pais tentam fazer com os filhos o melhor que conseguem. Porém, é necessário transmitir às crianças que, ao longo da vida, elas vão sentir emoções positivas, como a felicidade, e outras desconfortáveis, como a tristeza, a raiva ou a fúria. Assim, quando uma criança sentir, por exemplo, tristeza, será capaz de a reconhecer. É importante que ela desenvolva a capacidade de rotular as suas próprias emoções e que tenha consciência de que esses sentimentos são passageiros e que, à medida que surgem, desaparecem.
Será que ser frágil é uma coisa má?
Será que ser frágil é uma coisa má?
Será que ser frágil é uma coisa má?