A progressão para alguém tornar-se emocionalmente amargo é muito parecida com a progressão do crescimento físico de uma criança. Quem o diz é o psicólogo clínico Seth Meyers.
“Embora os pais de uma criança pequena, por exemplo, não percebam o quanto seu filho cresce em altura a cada dia, chega um momento em que, de repente, repente reconhecem o quanto ela cresceu ao longo do tempo”, explica à revista “Psychology Today”. “A progressão para tornar-se amargo acontece de maneira semelhante — lentamente, mas seguindo um padrão crescente até que uma diferença seja claramente reconhecível mais tarde”.
Ainda segundo o perito, o termo refere-se a sentimentos de tristeza e raiva, especialmente raiva acumulada ao longo do tempo. Como isto envolve uma mistura de emoções, pode ser difícil identificar e expressá-lo em termos simples. Eis três sinais que denunciam uma pessoa amargurada:
-
Fica irritada com frequência e isso é desencadeado por pequenas coisas que provavelmente não deveriam incomodá-la.
Quando uma pessoa fica amarga, o efeito mais óbvio é no humor, que costuma ser de raiva, deceção ou irritação. Os sentimentos são difíceis de afastar e, muitas vezes, não parecem ter um precipitante claro. -
Ao fazer um inventário das relações mais próximas, sente que os outros não a compreendem completamente ou valorizam tudo o que faz.
Regra geral, a qualidade das relações pessoais e profissionais é prejudicada quando uma pessoa se torna amarga. Embora as relações devam ser fontes de apoio, incentivo e abertura, a pessoa amarga passa a encará-los como frustrantes e insatisfatórios. -
Passou a acreditar que é impossível sentir-se verdadeiramente feliz.
Tendemos a associar infelicidade a depressão, porém, muitas vezes, os indivíduos infelizes sentem-se mais irritados ou amargos do que propriamente deprimidos. A amargura não é apenas uma mistura de tristeza e raiva, mas também um acúmulo de deceções nas diversas partes da vida de uma pessoa ao longo do tempo.
O que fazer?
“Tornar-se amargurado é a provável consequência de sentir-se invalidado e desvalorizado em muitas situações e relacionamentos, mas o problema aumenta quando a pessoa magoada cede e desiste. Em vez disso, dar luta pode fazer a diferença entre uma vida isolada e uma vida conectada”, afirma Meyers.
O especialista esclarece que a tendência para ruminar e pensar demasiado são partes integrantes deste estado de espírito, portanto, da próxima vez que se envolver em qualquer uma das práticas, dê luta. Como? Mudando para uma atividade produtiva que a distraia.
“Aumente o seu sentido de conexão ao ligar para um amigo ou conversar mais com um colega de casa. Faça um inventário das suas práticas de autocuidado de natureza pacífica e reflexiva, incluindo caminhadas ao ar livre e meditação, para acalmar o sistema nervoso central. Por fim, considere procurar um profissional de saúde mental que possa fornecer apoio útil”, aconselha.