Cada vez mais se fala sobre o perigo de se estar numa relação tóxica, mas ainda assim nem sempre é fácil perceber que se está envolvido numa. Susan Krauss Whitbourne, psicóloga e professora da Universidade de Massachusetts, nos EUA, admite que este rótulo não deve ser colocado apenas em relacionamentos muito abusivos, uma vez que pode ser atribuído também em ligações onde existe um esgotamento emocional ou com dinâmicas de manipulação.
“Como a toxicidade abrange um espectro, existem diferentes tipos de relações tóxicas que vão desde comportamentos pouco saudáveis, que todos nós podemos e exibimos em algum momento das nossas vidas, até comportamentos disfuncionais ou mesmo abusivos. Existem relacionamentos que apresentam elementos de toxicidade e disfunção, mas que podem ser melhorados se ambos os parceiros tiverem autoconsciência e estiverem dispostos a superar os hábitos pouco saudáveis”, destaca a especialista.
Uma relação tóxica pode “minar a autoestima, criar stress e ansiedade e dificultar o crescimento pessoal”, sendo por isso importante reconhecer os sinais para se estabelecer limites ou para se ponderar a continuidade da ligação.
Aqui estão oito sinais de relações tóxicas:
1 – Comportamentos abusivos: “Ainda que nem todos os relacionamentos tóxicos sejam abusivos, todos os relacionamentos abusivos são tóxicos. Este tipo de relacionamento envolve um parceiro a exercer poder e controlo sobre o outro por meio de abuso físico, emocional ou verbal”.
2 – Narcisismo: “Um ou mais parceiros apresentam traços de transtorno de personalidade narcisista, como falta de empatia ou necessidade excessiva de admiração”, explica Whitbourne. “Os relacionamentos narcisistas podem variar de prejudiciais a tóxicos e a abusivos.
3 – Competição: “Isto vai além do que é considerado uma competição saudável. É quando há um aumento do ressentimento por uma pessoa pagar mais, limpar mais, conseguir mais, etc. Esta dinâmica surge quando os parceiros ficam obcecados em contabilizar as contribuições uns dos outros e ressentem-se dos desequilíbrios percebidos”.
4 – Diferenças de poder: “Um dos parceiros acredita que é superior ou mais merecedor de controlo e influência. Nem todos os relacionamentos serão isentos de diferenças de poder, e a presença desta questão não os torna automaticamente tóxicos. Depende de como é reconhecido e abordado, ou se é usado para obter poder e ganho pessoal”.
5 – Manipulação: “Estes relacionamentos envolvem um parceiro que usa táticas para controlar ou minar o senso de identidade do outro. Esse tipo de relacionamento ocorre quando um dos parceiros prioriza suas próprias necessidades, desejos ou ambições em detrimento do bem-estar do outro”.
6 – Controlo: “Um parceiro exerce domínio sobre o outro através de vários meios, como restrições controlando a sua liberdade, monitorando as suas atividades ou ditando seu comportamento”.
7 – Desrespeito: “São relacionamentos que envolvem um ou ambos os parceiros a desconsiderar regularmente os limites, sentimentos ou autonomia um do outro. Todos nós somos capazes de cometer desrespeitos ocasionais, seja durante um momento mau ou numa interação difícil, embora isso nunca seja uma desculpa. Ainda assim, se este comportamento não for abordado ou controlado, pode apontar para toxicidade”.
8 – Comportamentos inadequados: “Envolvem comportamentos ou interações que violam limites sociais, éticos ou profissionais”.