Foto Pexels/Ksenia Chernaya

Segundo a psicóloga canadiana Donna Mathews, em ‘Childresn, gifts and holydays’, no site www.psychologytoday, há uma fórmula simples para relaxar durante a época natalícia (sim, incluindo as birras dos miúdos e a lista de presentes): “Se nos concentrarmos naquilo que são as verdadeiras expressões do espírito natalício – o amor, o perdão e a compaixão – talvez consigamos relaxar um pouco mais e aproveitar melhor estes dias”.

Claro que isso é muito bonito de dizer mas mais difícil de pôr em prática. Donna Mathews dá algumas ideias: fazer os nossos próprios presentes, dar o nosso tempo em vez de alguma coisa que comprámos, estar na vida de que amamos (por exemplo, ir visitar alguém em vez de lhe comprar alguma coisa).

Aqui ficam outras ideias para tornar esta época mais festiva (e menos stressante):

1. Relaxe
Pois, estamos a repetir-nos. E também não se pode dizer que, nos tempos que correm, seja por aí além fácil. Portanto, começamos logo bem. Mas a ideia é: não parta logo a achar que ‘tem de’ fazer o que quer que seja. Se houver tempo para passar ‘O Espírito’, ótimo! Vai para o Céu, o que quer que isso signifique, e as suas crianças vão agradecer-lhe mais tarde (não se sabe bem quando, mas isso também não interessa). Mas se não puder, não stresse. Ainda ninguém morreu por deficiência de Espírito Natalício.

2. Fale com os miúdos
Atenção, que falar com não é falar contra. A história do Natal já eles ouviram na escola. Mas converse sobre o que significa de facto o Natal, por que o festejamos, por que damos presentes e por que não damos, se for caso disso… Conte histórias dos seus natais passados, incluindo aquelas não muito edificantes em que entornou o copo de vinho para cima do melhor vestido da tia Amélia. Pode não ser representante do melhor Espírito Natalício, mas eles adoram.

3. Inclua-os nos preparativos
Esta é fácil: não há criança que não goste de pendurar uma estrela ou fazer um presépio. É preciso é não querer uma árvore muito direitinha e minimalista, como vem nas revistas de decoração, e estar aberta a inovações. Se quiserem pôr um Action Man no presépio, enfim, porque não? Se quiser ser uma mãe ainda mais à frente, forre uma parede com papel e deixe-os desenhar e escrever aquilo que o natal lhes trouxer à cabeça. Por exemplo: cada pessoa pode desenhar uma estrela e fazer vários desejos de natal… Ou pode comprar uma miniárvore para ele pôr no seu quarto e decorar segundo os seus próprios interesses: pode ser divertido ter uma árvore de futebol…

4. Fale no que tem de falar
Se calhar, este ano há menos dinheiro. Mas explique porquê, ou corre o risco de ter alguém mais desembaraçado a responder: “Se não tens dinheiro, vai ao Multibanco!” Também não é preciso dar uma lição de Economia, mas diga que às vezes os países, como as pessoas, também não têm muito para gastar. Mas a crise também pode fazer parte do espírito: eles têm de ser mais seletivos nas escolhas que fazem e aprender que não se pode ter tudo, uma excelente lição em qualquer altura da vida.

5. Desvie as atenções
É uma excelneta ltura para os ocupar com outras coisas que não ecrans. Para os mais velhos, porque não iniciá-los no voluntariado? Há tanta coisa que se pode fazer e tantas formas de ajudar…

6. Leve-os às compras
Diga-lhes que precisa da preciosa ajuda deles para escolher um presente para a avó. Ai não diga já ‘isso é que era bom, que eu só tenho duas tardes para gastar e com eles à trela não consigo despachar nada!’ Isso é tudo verdade. Se não puder ou pura e simplesmente não estiver para isso, não os leve. Mas se conseguir, levar as crianças às compras é uma experiência edificante a vários níveis: elas aprendem como é pensar nos outros, comparar artigos, ajudar a escolher. Você aprende que, ao contrário do que pensava, eles até podem ser uma boa ajuda. Tem é de estabelecer uma coisa muito bem estabelecida: elas vão como ajudantes e não como pedinchantes… E não faça as compras TODAS com elas, coitadas, ou vai traumatizá-las para o resto da vida… Além de que, como qualquer mãe sabe, uma criança cansada + um centro comercial a abarrotar = birra épica daquelas para contar aos netos.

7. Eduque os adolescentes
Parece difícil, mas só o é porque sempre foi assim e os próprios pais nem pensam nisso… Mas já repararam na quantidade de adolescentes e já adultos a quem não passa pela cabeça que também têm de dar alguma coisa aos outros no natal? Durante anos, foram as mães que lhes compraram os presentes para eles darem a outras pessoas, e nem por um momento pensam que se calhar está na altura de serem eles a tratar disso.
Não é preciso rosnar-lhes: “Este ano amanha-te tu com o presente da tia Maria que eu estou farta de sustentar malandros, meu inútil.” É melhor apresentar-lhes a versão que diz simplesmente: “Este ano, gostava que te encarregasses dos teus presentes.” A tia Maria não vai ter presente? Quando passarem pela vergonha de não darem nada a ninguém, pode ser que no próximo ano seja diferente…

8. Habitue-os a pensar nos outros
Para que não cheguem a adolescentes a pensar que a sua única missão na vida é receber, habitue-os a dar desde pequeninos. Se puder, financie os presentes das crianças e vá com elas escolhê-los (escusam de ser muito caros, podem ser só uma ‘graça’). Se não puder, eles próprios podem fazê-los. Descanse, que não vos vamos pôr a fazer trabalhos manuais em família, mas qualquer criança pode dar um desenho ou um cartãozinho. Só precisa de folhas de papel e canetas, e cinco minutos roubados aos trabalhos de casa… E não pense só nos avós: devem fazê-lo para cada pessoa que lhes der um presente. Afinal, se uma pessoa dá um presente a um filho seu, a mãe do ofertado deve retribuir, mas a própria criança deve ter qualquer coisa para a troca.

9. Não pregue moral
Às vezes, achamos que o Espírito Natalício é dizer: ‘Olha, ó Joãozinho, tens de comer a sopa toda porque há muitos meninos que não têm o que comer nem no Natal’. Infelizmente, não há registo de nenhuma criança à face da Terra que tenha pensado: “A mãe tem razão, pobres meninos pobrezinhos, tenho de comer a sopa toda.” A maioria faz orelhas moucas ou fica a olhar com aquela cara de “E o que é que eu tenho a ver com isso?” Primeiro passo para o Espírito Natalício (é verdade que aparece em 9, mas devia estar lá mais em cima), ‘Não pregue moral’.

10. Dê o exemplo
Pois, o Natal é a época da boa vontade, mas nem sempre nos sentimos assim tão cristãos… Se ele ouve que tem de dar presentes e amar o Próximo mas depois vê que os pais se desculpam com a crise para não darem presente nenhum e também não tratam o Próximo assim tão bem, o Espírito pode não colar com tanta facilidade… Exemplo de boa ação quotidiana: telefone a quem não vê todos os dias (escusam de estar na Austrália…) ‘O quê, à avó Joana? Mas depois ela coitadinha passa-me quatro horas a falar e pergunta quando é que lá vamos e francamente não me dá jeito nenhum…” Não interessa. Ninguém lhe disse que era fácil. (Ai pois disse. Mas pensando bem, até é). Diga-lhe que sim a tudo e não se ponha a discutir ou a desculpar-se. O importante é telefonar de vez em quando, só para lhes ouvir a voz, só para não sentirem que estão sozinhos. Habitue as crianças a fazerem isto de vez em quando.

11. Agradeça
A sua mãe ficou com as crianças três dias seguidos? A sua sogra ofereceuse para fazer o jantar? Agradeça-lhes.
Inclua as crianças nos agradecimentos.
E claro: para aprendermos qualquer coisa, é preciso que o façam connosco.
Agradeça às suas crianças sempre que for caso disso, e dê-lhes oportunidade para serem ‘agradecidas’: peça ajuda para arrumar a cozinha, para pôr a mesa, para limpar o quarto deles. Afinal, o que é o Espírito de Natal senão estar grato?

12. Ensine a gratidão
Vamos lá elevar os agradecimentos a outro nível (também não dá trabalho, a não ser que tenha feito um voto de silêncio). Pode lançar o tema de conversa ao jantar: estamos gratos porquê? Se calhar, é mais fácil começar com ‘o que é que nos faz mais feliz?'(não se espante se eles gritarem ‘presentes!’…
A verdade é só uma: quem não gosta?) Temos tanta coisa e pensamos tão poucas vezes nisso…

…e 13 (uma faixa de bónus) Encoraje a partilha
Como todas nós sabemos, é muito mais fácil partilhar no Facebook e no Instagram do que na vida, mas, como qualquer arte, também se aprende. Ai descanse que também não vamos falar outra vez de dar brinquedos a quem precisa. A partilha mais difícil não é a dos nossos brinquedos, e a de nós próprios. Tem alguma avó ou tia num lar de idosos? Leve lá as crianças. Vai deprimi-las? Descanse, é preciso muito mais do que isso para deprimir uma criança. E se as deprimir, qual é o mal? Talvez as faça pensar na vida, e talvez as faça crescer mais sábias. E vão fazer a felicidade de tanta gente, que, francamente, tudo o resto é secundário…

E se eles decidirem destruir o Espírito Natalício? Olhe: também faz parte…

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