É oficial: as mulheres são mesmo piores que os homens quando têm de estacionar um carro, especialmente de marcha atrás.
Segundo estatísticas da Driving Standard Agency, uma unidade do departamento de transportes do Reino Unido, este é um daqueles lugares comuns que é mesmo verdade: mais de 40 mil mulheres no ano passado chumbaram no seu exame de condução por não conseguirem estacionar o carro de marcha atrás, contra apenas 18 mil cavalheiros desastrados.
Mas o estacionamento não é a única dificuldade para ambos os sexos (enfim, mais para uns do que para outros): o erro mais comum e o mais responsável pelos ‘chumbos’ no exame de condução é a falta de atenção nos cruzamentos. No ano passado, 112 mil mulheres e 88 homens não olharam devidamente para os dois lados antes de avançarem.
As mulheres também se atrapalham mais na altura de meter mudanças ou mudar de direção.
Mas o curriculum masculino também não é impecável: os aspirantes a condutores contaram com muitas reprovações à custa do também famoso pé no pedal. O excesso de velocidade saiu caro a muitos homens. Também foram reprovados os machos que acharam que as regras eram só para os outros e se ‘esqueceram’ de fazer pisca, respeitar a prioridade de outro condutor ou resolveram fazer vista grossa aos semáforos.
5% dos homens nem sequer tiveram oportunidade de mostrar o que valiam porque começaram logo fantasticamente: quando arrancaram do sítio onde estavam, não verificaram se vinha alguém ou se era seguro pôr o carro em movimento. Resultado: ficaram logo apeados.
Quanto às mulheres e às suas dificuldades espaciais, o psicólogo Zachary Estes, da Universidade de Warwick, sugeriu que a dificuldade em estacionar se devia menos a qualquer deficiência em termos de noção da espacialidade, e muito mais a uma básica falta de confiança nelas próprias. Ou seja, estacionamos mal porque toda a vida nos meteram na cabeça que estacionávamos mal…
O psicólogo sugere que os acompanhantes das condutoras – maridos, pais, namorados – deviam ser mais encorajadores, em vez de, como acontece em 99% das vezes, fazerem comentários muito pouco úteis como “Queres que faça isso por ti?”, “Sai do carro que eu estaciono”, “Já tens um gajo atrás a fazer sinais de luzes”, “Pronto, já bateu”, ou “Estás lá quase, daqui até ao passeio vai-se bem a pé”.