Entre copos, música alta e luzes berrantes, há outras formas de passar as noites. Uma maneira deliciosamente anacrónica, em que durante hora e meia não há nada de telemóveis, facebooks, tablets e afins. As pessoas encontram-se, sentam-se a uma mesa, de caneta e papel na mão, face a face, para se divertirem. Com amigos, em grupo, com copos também, se assim o desejar.
Não estão nos anos 80. Estão a jogar quizz. E se o fizer na zona de Lisboa, é bem provável que a dirigir a ‘festa’ esteja Júlio Alves, que organiza noites de quizz há 16 anos. Como se define? “Talvez MC, o mesmo é dizer mestre de cerimónias ou Game Master”, diz-nos o senhor responsável pelas cinquenta perguntas de cada jogo. Mas como funciona afinal? “A forma de explicar a quem não conhece é comparar o quizz ao Trivial Pursuit, só que em vez de ser em casa, é um bar, ao vivo, com prémios, o que faz muita diferença.”
Por jogo, são feitas cinquenta perguntas de cultura geral, ajudadas por imagens e músicas, a ser respondidas por escrito, na maior parte dos casos, e por grupos com um máximo de cinco pessoas. Com regras, claro, como em qualquer jogo que se leva a sério. “Logo de início apertei as rédeas relativamente ao quizz inglês e correu bem. Era preciso haver regras estabelecidas, como não usar telemóvel, partilhar informação com outras equipas – às tantas gerava-se um mercado de perguntas, eu sei esta, tu sabes essa, troca aí.” E o que acontece a quem fizer ‘batota’? “Sofre as penalizações no final, sendo-lhes retirados pontos.”
Há cada vez mais gente a jogar. O segredo para se divertir? Não ter medo dos resultados, nem criar expectativas. O fundamental é divertir-se e testar os seus conhecimentos de cultura geral. Mas nem só de conhecimento vive o sucesso de uma equipa. “Há estratégias para se ganhar um quizz escrito: a formação da equipa – o ideal é serem pessoas com interesses diferentes, mas consolidados – e ter boas mecânicas de grupo: quem não tem a certeza não insiste, quem sabe insiste, quem não sabe fica calado, ou seja, temos de ter certeza do que sabemos ou não; quando não se sabe mesmo, faz-se um brainstorming que muitas vezes resulta!”, explica Júlio.
Porque deve ir? Acima de tudo é uma experiência nova e conhecem-se pessoas giras, o que é cada vez mais raro. Além disso, quem gosta, volta sempre. E há prémios, geralmente, em consumo, para os primeiros lugares.
Para jogar às quintas-feiras no Snooker Clube, às segundas -feiras, às 22h, no Bar Kai.