Adoptar um visual «à mãe» em fases de transição é tão cliché que dá arrepios. A verdade é que há mulheres cujo cabelo não funciona – e
dá muito mais trabalho – estando curto, ou que nasceram para usar madeixas longas. Há quem pareça mais sofisticada de cabelo curto e há quem perca a graça toda. Nem toda a gente tem o cabelo, o tipo de rosto e de silhueta certos – ou a confiança- para se sair bem com isso. Em última análise, a
ala masculina parece preferir o cabelo comprido; é genético. E por fim, há maneiras elegantes e nada exageradas de usar cabelos compridos. Desde que se fuja do ridículo e demasiado radical ou juvenil, tanto no curto como no comprido- penteados espetados, cores estilo BD japonesa, cabelões à texana, extensões monumentais – não há uma regra que sirva para todas.Logo, se quiser cortar porque gosta e lhe fica a matar, more power to you. Mas se é porque lhe meteram na cabeça que é suposto ou porque toda a vida viu esse costume, fuja da tesoura.
canção da Peggy Lee. E que podem – e devem- aspirar a uma carreira, a uma família, a ter uma vida social, uma casa impecável e a manter a sua beleza. Mas há limites e quanto mais cedo se fizer uma preparação para essa realidade, melhor. Se tiver uma família e quiser dar-lhe a devida atenção, talvez não possa dedicar-se a TODOS os projectos académicos que lhe parecem interessantes – terá de seleccionar -viajar para toda a parte com as amigas ou aceitar um cargo pesadíssimo, sem limite de horas. Tudo pode ser feito, mas é preciso escolher as batalhas e seleccionar as opções que permitam alguma flexibilidade. E don´t get me started com a treta do costume: até aos early twenties uma mulher é considerada louca se decidir casar-se, mas poucos anos depois – os anos necessários para investir nos estudos, numa carreira e gozar a tal liberdade de que toda a gente fala – começa a pergunta tola mas quando é que te casas e desatas a ter filhos que já está na altura?». Claro que se responder que ainda não está preparada, que não tem pressa ou que só o fará se estiver de tal maneira apaixonada que não pense duas vezes, ninguém acredita. Mas quem entende esta gente?
Ser uma
Samantha Jones pode funcionar se o objectivo de uma mulher for recordar um número indecente de affairs quando for velhinha «vêem, meus sobrinhos, como a vossa tia era sexy e moderna?» ou se tiver uma predilecção por
homens com características muito femininas e passivas – há gostos para tudo e não faltam aparentes
machos alfa que na verdade são homens beta. Mas arrisco dizer que por muito que pregue o contrário, lá no fundo a maioria não se sente bem com isso. Sonha com o cavalheirismo, quer ser conquistada…e não ficar toda triste porque não recebeu uma mensagem na manhã seguinte. Por mais injusto que soe dizer isto, conquistas passageiras não são uma coroa de glória para as mulheres, porque até a rapariga mais desengraçada não tem dificuldade em fazer isso – pelo paradoxo de muitos homens preferirem a quantidade à qualidade se o assunto não for sério. Para eles ser mulherengo pode não ficar muito bem, mas nunca é desastroso. Com as mulheres dá-se o inverso pela simples lei da oferta e da procura. Há sempre excepções à regra mas a estatística e os hábitos milenares ditam que na hora de procurar uma relação firme, os costumes antigos ainda prevalecem e as mulheres mais misteriosas e bem comportadas são encaradas com outros olhos.
Em última análise – e questões morais à parte – não há nada de estranho em querer dar a conhecer a sua personalidade e a sua alma primeiro – e mais importante, perceber se o pretendente em causa é boa pessoa ou um perfeito idiota – antes de se envolver demasiado. Ou de se tornar química e emocionalmente dependente dele, porque a biologia complica sempre tudo.